Num requerimento entregue hoje na Assembleia da República, o grupo parlamentar social-democrata refere que na Venezuela reside uma importante comunidade portuguesa, estimada em cerca de 400.000 pessoas, que tem sido “muito afetada pela governação de Maduro levando a um verdadeiro êxodo de muitos milhares desses portugueses que, fugindo à crise económica e à insegurança que se verifica no país, levou ao seu regresso a Portugal".
O PSD considera que "a Venezuela vive hoje uma situação de enorme instabilidade política que tem derivado num violento confronto nas ruas entre as forças do regime de Nicolás Maduro e a oposição, liderada por Juan Gaidó, presidente da Assembleia Nacional que na passada quarta-feira se autoproclamou como presidente interino do país perante milhares de pessoas que se manifestavam na capital venezuelana", Caracas.
"A repressão exercida nas ruas terá já originado 20 mortos e várias dezenas de feridos transformando Caracas num cenário de quase guerra civil e total caos", recorda-se no texto.
Juan Guaidó, presidente do Parlamento venezuelano, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA), a maioria dos países da América Latina, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba – que se mantêm ao lado de Nicolas Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela -, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Rússia, China, Turquia e Irão manifestaram também o seu apoio a Nicolas Maduro.
A União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano e instou à “abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional”.
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou pleno respeito pela “vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro “compreenda que o seu tempo acabou” e apelou para a realização de “eleições livres”.
Os Estados Unidos pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que deverá realizar-se este sábado, para abordar a situação na Venezuela.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Comentários