“Sobre a questão da unidade de cuidados pediátricos [para queimados], evidentemente que nós precisamos de ter uma no Centro, que penso que já estará praticamente a funcionar ou quase, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e é preciso existir uma unidade pediátrica no Norte do país”, afirmou José Miguel Guimarães.
Este responsável, que falava à margem do XI Congresso nacional de Queimados, que decorre em Pedrógão Pequeno, Sertã, explicou que na sequência de toda a tragédia do incêndio do verão passado em Pedrógão Grande, passou-se a dar mais importância aos queimados.
“Não há dúvida que isso é uma peça essencial e é um défice grande, entre outros que temos como, por exemplo, ao nível do socorro da emergência medica e que temos que começar a tomar as rédeas como disse o Presidente da República para mudarmos a forma como nós, sociedade civil, intervimos no bem comum e não estarmos só dependentes das ações das instituições que nos representam como o Governo. Este e um aspeto fundamental”, frisou.
José Miguel Guimarães considerou ainda essencial que, de uma vez por todas, os queimados, sobretudo os médios e grandes, sejam considerados como pessoas com doença crónica.
“Não são doenças que acabam na altura que a pessoa tem uma alta hospitalar. São pessoas [queimados médios e grandes] que vão ter problemas para o resto da vida. O apoio que temos que dar a este tipo de doentes tem que ser o apoio que é dado a outros doentes crónicos como os diabéticos e por aí adiante”, sustentou.
O Bastonário da Ordem dos Médicos sublinhou que a ideia de um estatuto diferente para o queimado e a ideia de instituir o Dia Nacional do Queimado.
“São duas ideias fortes que nos obrigam, por um lado, a não esquecer este tipo de situações, a continuar a lutar por termos uma melhoria constante na nossa intervenção. Este marco é importante para o futuro. Que todos os anos se repita, que seja em Pedrógão Grande ou noutro sítio qualquer, mas que seja no interior, o sítio onde as desigualdades sociais se fazem sentir mais”, concluiu.
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