Este Observatório é "uma base de dados 'online'" sobre "os progressos nas investigações judiciais ao assassínio de cada jornalista ou outro profissional dos 'media' registado pela Unesco desde 1993, com base em informações fornecidas pelo país onde foi cometido o homicídio", explicou a UNESCO em comunicado.
Desde 1993 estão registados no Observatório 1.293 assassínios, "dos quais mais de 80 desde o início deste ano".
Se os enviados especiais são muitas vezes mortos em território em guerra, são os jornalistas locais que investigam corrupção, a criminalidade e a política que constituem de longe o maior número de vítimas. Representam 90% dos jornalistas assassinados em 2017, de acordo com a agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Segundo um relatório da diretora-geral da organização, Audrey Azoulay, sobre a segurança dos jornalistas e o perigo da impunidade, de 2018, "um jornalista ou membro dos 'media' é morto a cada quatro dias".
A situação mostra de forma "trágica os riscos que correm muitos jornalistas no exercício das suas funções e as últimas estatísticas da UNESCO indicam que em 89% dos casos, os autores destes atos permanecem impunes", salienta a organização.
A base de dados permite "aos jornalistas, aos pesquisadores e ao grande público obter informações sobre jornalistas mortos e fazer pesquisas por nacionalidade, por país onde ocorreu o assassínio, por nome, por género, por tipo de 'media' e por estatuto profissional", indicou.
São também dadas "informações sobre o avanço nos inquéritos judiciais e, em muitos casos, permite o acesso a documentos provenientes das autoridades nacionais sobre os processos judiciais. (...) Os perfis dos países permitem avaliar os níveis de impunidade de cada país", acrescenta a UNESCO.
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