Há vários dias que nas redes sociais se têm somado queixas e denúncias do comportamento agressivo de Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting CP, para com Liliana Santos, ex-integrante da banda Non Stop, no reality show Big Brother Famosos, transmitido pela TVI.
Este sábado, a psicóloga e sexóloga Tânia Graça resumiu o que se tem dito e olhou para aquilo que define como um "espetáculo de horror", naquilo que foi também um pedido para que a estação televisiva intervenha.
Através de vários vídeos exemplificativos, a psicóloga identificou vários traços abusivos da relação entre Bruno e Liliana, nomeadamente nos comportamentos do antigo dirigente desportivo para com a concorrente: "invasão de privacidade, controlo, ciúmes obsessivos, ameaças"; a "culpabilização da vítima pela suas emoções e desresponsabilização pela gestão das mesmas"; a "coação para o envolvimento físico"; o "isolamento da vítima com frases como 'os outros não prestam', 'sou o único em quem podes confiar', afastando todas as pessoas do seu círculo"; "agressão e intimidação física e psicológica".
Hoje, a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género anunciou que apresentou uma denúncia ao Ministério Público pelo “comportamento ameaçador” de Bruno de Carvalho para com a concorrente do programa Big Brother.
Segundo a CIG, entidade que está integrada na Presidência do Conselho de Ministros, o comportamento do concorrente Bruno de Carvalho é “suscetível de configurar a prática de crime público de violência doméstica, na forma psicológica e física”.
Em comunicado, a comissão adiantou que teve conhecimento de vídeos divulgados nas redes sociais que são retirados do programa televisivo Big Brother, em exibição pela TVI, “onde se pode assistir ao comportamento ameaçador do concorrente Bruno de Carvalho para com a sua namorada, a concorrente Liliana, chegando inclusive a agarrar o seu pescoço de forma indelicada e evidentemente desconfortável”.
“No cumprimento das suas competências, a CIG notificou a TVI no sentido de que esta estação televisiva tome de imediato as necessárias diligencias no sentido de pôr termo a esta situação, suscetível de configurar a prática de crime público de violência doméstica, na forma psicológica e física”, adiantou ainda a comissão, que “apresentou já uma denúncia junto do Ministério Público sobre os factos acima relatados”.
A CIG, que sucedeu à anterior Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, é o organismo nacional responsável pela execução das políticas públicas nas áreas da cidadania e da promoção e defesa da igualdade de género, sob tutela da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.
Contactos úteis em caso de situações de violência:
Linha de apoio à vítima (APAV)
116 006 | Chamada gratuita | Dias úteis 9h-21h
Rede CARE — Apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual
21 358 79 00
Associação de Mulheres Contra a Violência (AMCV)
21 380 21 65 | Linha de emergência
União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR)
808 202 148
Apoio urgente
112 | Chamada gratuita
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