“A IACA teme que a aplicação de taxas aduaneiras entre os EUA e a UE possa comprometer a produção de alimentos para animais, a competitividade do setor pecuário e causar instabilidade e aumento de preços na alimentação em Portugal”, avisou a Associação Portuguesa de Industriais de Alimentos Compostos para Animais em comunicado.

Em Portugal, as empresas de alimentação animal importam dos EUA 18% do milho e 36% da soja de que necessitam, num total de 240 milhões de euros. A associação mostrou-se preocupada com a resposta da UE à aplicação de uma tarifa de 25% nas importações de aço e alumínio e de 20% sobre outros produtos dos EUA, e prevê um sobrecusto de 20 a 25% sobre o valor de determinadas matérias-primas.

Na mesma nota, o presidente da IACA, Romão Braz, mostrou-se desfavorável a uma eventual retaliação da UE aos EUA vir a incluir os produtos agrícolas.

“Estas matérias-primas estão na base da produção alimentar. É bom recordar que em Portugal, desde o início da guerra com a Ucrânia, o cabaz de alimentos essenciais já subiu mais de 30%. Na realidade, não entendemos como se podem equacionar medidas com previsível impacto em bens essenciais”, defendeu.

A IACA conta com 55 associados, que representam 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e a totalidade das pré-misturas de produção animal.

O setor da alimentação animal tem um volume de negócios anual de 2.300 milhões de euros, o que representa 12,5% da faturação da agroindústria.