
Já era famosa na Birmânia, mas desde a madrugada de segunda-feira que o seu nome ficou conhecido por todo o mundo.
Os vídeos da professora de aeróbica Khing Hnin Wai, publicados nas redes sociais, são gravados com uma câmara fixa posicionada de forma a ter como cenário a estrada principal de Naipidau, capital de Myanmar. Tudo normal até ao dia 31 de janeiro.
Para além da aula desse dia, em pando de fundo, na estrada, o exercício era outro: uma coluna de veículos transportava elementos do Exército para o parlamento para tomar o controlo do país no âmbito de um golpe de Estado em curso no país. Sem dar conta do que se estava a passar, Khing Hnin Wai continuou concentrada na sua aula de aeróbica.
Dúvidas sobre a veracidade do vídeo
Houve quem questionasse o momento e a "oportunidade" da professora, que estava no local certo e à hora certa. No entanto, Khing Hnin Wai divulgou, em sua defesa, imagens de outros vídeos em dias anteriores filmados exatamente no mesmo local. Escreve a BBC que aquele é "nos últimos 11 meses" o seu local favorito para dar aulas.
O Exército de Myanmar declarou na segunda-feira o estado de emergência e assumiu o controlo do país durante um ano, após a detenção da chefe de facto do Governo, Aung San Suu Kyi, do Presidente do país, Win Myint, e de outros líderes governamentais.
Myanmar emergiu há apenas 10 anos de um regime militar que estava no poder há quase meio século.
Para justificar o golpe de Estado, imediatamente condenado pela comunidade internacional, os militares asseguraram que as eleições legislativas de novembro passado foram marcadas por “enormes irregularidades”, o que a comissão eleitoral nega.
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