Lisboa viu, este sábado, acontecerem pelo menos três manifestações em pontos distintos da cidade. Considerando todos os avisos — principalmente a propósito da manifestação "contra a islamização da Europa" —, a PSP esteve na rua para assegurar a mobilidade e a segurança.
1. Manifestação "contra a islamização da Europa"
Uma centena de manifestantes de extrema-direita juntou-se hoje no largo Camões, em Lisboa, num protesto contra aquilo que diz ser a islamização da Europa e com críticas ao governo português.
Empunhando faixas com mensagens como "Stop Islão" ou "Portugal aos portugueses", o grupo partiu às 18:25 horas do Largo Camões, em direção à Praça do Município, cantando o hino e aos gritos de "Portugal, Portugal".
Rodeados de um forte dispositivo policial, à passagem pelo largo do Chiado, acenderam tochas e ouviram, à sua passagem, vários transeuntes gritar "Fascismo nunca mais" e "Não passarão".
O movimento de extrema-direita “grupo 1.143” tinha pedido para fazer uma manifestação na zona da Mouraria que iria partir do largo do Intendente, um pedido que foi recusado pela Câmara de Lisboa, após um parecer da PSP que alertava para o risco de segurança. Na sexta-feira, o tribunal administrativo do círculo de Lisboa indeferiu o pedido e o grupo anunciou a concentração para o Largo Camões.
2. Arraial contra o racismo e a xenofobia
Por sua vez, centenas de pessoas encheram o largo do Intendente, em Lisboa, num arraial multicultural contra o racismo e a xenofobia.
No arraial, onde participaram mais de meio milhar de pessoas e que foi acompanhado por um forte dispositivo de segurança, ouviram-se palavras de ordem como “racistas, fascistas não passarão” e “abaixo Mário Machado” e viram-se cartazes com mensagens como “facho, és o único estrangeiro do bairro” ou “todos os imigrantes são bem vindos”.
Em declarações à agência Lusa, António Tonga, membro do coletivo Consciência Negra, explicou que este encontro serve para “festejar a diversidade e a multiculturalidade” e “alertar para os discursos de ódio e divisórios”. Além disso, é também uma resposta aos grupos “fascistas” da manifestação “contra a islamização”.
3. Bombeiros frente ao MAI
Cerca de duas centenas de bombeiros concentraram-se hoje em frente ao Ministério da Administração Interna (MAI), no Terreiro do Paço, para pedir "vontade política" para iniciar negociações que permitam criar uma "carreira com futuro" que os reconheça como profissionais.
Os bombeiros estiveram concentrados desde as 16:00, num protesto convocado pelo movimento 'Operação Carreira', juntando centenas de profissionais vindos de diversos pontos do país, alguns com cartazes, outros empunhando a bandeira nacional, tendo sido entoado o hino nacional pelos manifestantes cerca de uma hora depois do arranque da iniciativa.
Numa intervenção perante os bombeiros presentes, o porta-voz do movimento, o comandante do Corpo de Bombeiros de Azambuja, Ricardo Correia, disse, a propósito da manifestação convocada pela extrema-direita, que ao menor sinal de insegurança a concentração iria dispersar.
"Nós somos soldados da paz, não queremos participar em nada que tenha qualquer conexão política ou de extremos. Se entendermos que em algum momento há alguma perturbação da nossa segurança desmobilizaremos de imediato, porque não estamos cá com esse intuito", reiterou depois.
*Com Lusa
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