"Estamos de volta à idade da Pedra. (...) Trump quer voltar ao carvão: isto é recuar. Depois vai querer voltar aos cavalos e carruagens", criticou o ator, citado pela AFP.
O ex-governador da Califórnia não concorda com a política energética de Trump. "No que ao ambiente diz respeito, ele está mal informado", sustenta. Mas, "um homem" não pode destruir a Terra, argumentou, particularmente um homem que este considera ineficiente.
"Até agora, desde que se tornou Presidente, nada foi feito. Nada", disse Schwarzenegger.
Centrado na defesa do ambiente, o ator defendeu que "com Trump ou sem Trump, teremos de avançar", através da adoção de novas tecnologias que permitam substituir os combustíveis fósseis e através da mobilização popular.
"Todos os grandes movimentos - de direitos civis, pelo direito de votar das mulheres, o movimento anti-apartheid, de liberdade de movimento na Índia - tudo começou nas bases. Não podemos esperar por Londres, Moscovo, Pequim, Washington, Berlim, Nova Deli... temos de o fazer localmente", defendeu.
"As pessoas têm de se erguer e dizer que temos de proteger o que temos, para que não tenhamos alterações climáticas e sete milhões de pessoas a morrer todos os anos por causa da poluição", acrescentou.
No Festival de Cannes, Schwarzenegger promove o documentário do filho do explorador Jacques Cousteau, "Wonders of the Sea 3D" ("Maravilhas do Mar 3D"), do qual é narrador.
O ator acredita que a mensagem positiva do filme será mais eficaz que a adoção de um discurso que visa transmitir um sentimento de "culpa", algo que, acredita, afasta as pessoas do discurso ecológico.
"Não podes simplesmente dizer às pessoas a toda a hora que eles não deveriam viajar de avião, ou conduzir um grande carro ou que não podem ter um jacuzzi. Se queres que as pessoas mudem, tens de as fazer sentir bem com a mudança. Quando virem este filme vão inevitavelmente apaixonar-se pelos oceanos".
Ainda que Schwarzenegger seja republicano, tal como Trump, o ex-governador e o Presidente têm relações difíceis.
Em janeiro, Trump culpou o ator pelas baixas audiências do "The Apprentice", programa que contribuiu para promover a imagem de Trump e cujo lugar - de apresentador - foi ocupado por Schwarzenegger.
O ator disse em março que se demitia do programa porque este tinha demasiada "bagagem", acrescentando que o nome de Trump nos créditos assustava patrocinadores e audiência.
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