Inicialmente, Trump tinha aprovado ataques a um conjunto de alvos como radares e baterias de mísseis, segundo o jornal, que cita funcionários da Administração norte-americana envolvidos nas deliberações.
Os ataques aconteceriam antes do início do dia, esta sexta-feira, para minimizar o risco para os militares iranianos ou civis, acrescentou a fonte.
Os aviões e os navios norte-americanos já se encontravam em posição quando a ordem de suspensão chegou, não tendo sido lançado nenhum míssil, informa um alto funcionário da Administração.
Segundo o responsável norte-americano que falou à agência noticiosa Associated Press, os ataques foram recomendados pelo Pentágono e estavam entre as opções apresentadas a altos responsáveis da administração de Trump.
Desconhece-se o tipo de preparativos feitos, mas não foram feitos disparos nem lançados mísseis, disse a mesma fonte.
A operação militar foi cancelada cerca das 19:30 de quinta-feira em Washington (00:30 de hoje em Lisboa), depois de Trump ter passado grande parte do dia de quinta-feira a discutir a estratégia em relação ao Irão com conselheiros para a segurança nacional e líderes do congresso.
A Casa Branca escusou-se a comentar quando foi solicitada para o fazer na noite de quinta-feira.
Questionado durante esse dia sobre a resposta norte-americana ao abate do veículo aéreo não tripulado (‘drone’), Trump disse: “vão saber em breve”.
A situação mostra o sério risco de conflito entre os Estados Unidos e o Irão, quando a administração Trump combina uma campanha de sanções económicas de “máxima pressão” com o aumento das forças na região.
A escalada da tensão nas últimas semanas tem aumentado a preocupação de que cada um dos lados possa fazer um erro de cálculo que leve à guerra.
A reversão abrupta da decisão de lançar um ataque esta manhã acabou com o que teria sido a terceira ação militar de Trump contra alvos no Médio Oriente, acrescenta o The New York Times, referindo-se às duas ocasiões em que Trump atingiu alvos na Síria, em 2017 e 2018, lembra a agência Reuters.
Esta decisão ocorre num contexto de crescente tensão entre o Irão e os Estados Unidos, depois de o Irão ter abatido, esta quinta-feira, um drone norte-americano, alegando que este estava a violar o espaço aéreo iraniano no Sul do país.
O nível de tensão tem aumentado desde que, no passado dia 13 de junho, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, foram alvo de ataques no estreito de Ormuz, área considerada como vital para o tráfego mundial de petróleo.
Os Estados Unidos acusaram o Irão dos ataques e Teerão negou qualquer responsabilidade nos incidentes.
O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão é longo e a crispação está a aumentar desde que o Presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China –, mais a Alemanha, e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.
(Notícia atualizada às 12h10)
*Com agências
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