"É uma parte da muralha que teve fundação romana, que foi demolida e reconstruída outra vez e depois foi tapada", revelou hoje à agência Lusa Ricardo Sarmento, da Divisão de Cultura e Património da Câmara de Évora.
Este troço de muralha tem cerca de cinco metros de comprimento e permite mostrar "uma série de fases históricas de forma bastante clara" da também chamada "cerca velha" da cidade, sublinhou o responsável.
O pequeno troço da muralha romana de Évora ficou à vista, em maio, na sequência da derrocada de parte do muro de um imóvel particular, situado entre a Rua do Conde da Serra da Tourega, a Rampa de São Miguel e o Largo dos Colegiais.
A muralha nesta zona, precisou, estava tapada pelo muro e pela quota do jardim do imóvel privado e por reboco.
"Já sabíamos que ela ali passava, já existiam estudos e, mesmo com análises da vista aérea e topografia, era claro que a muralha passava ali, só que, como estava tapada e parte dela estava enterrada, nunca a tínhamos conseguido ver", realçou.
Ricardo Sarmento notou que, na sequência da derrocada, "foi possível ver a muralha e naturalmente estudá-la", numa parceria entre o proprietário do imóvel, a Câmara de Évora e a Direção Regional de Cultura do Alentejo.
"O muro já foi reconstruído e grande parte daquilo que tinha sido posto à vista pela derrocada já está tapado, sendo que outra parte vai ficar à vista de forma a que seja visível a partir da via pública" pelos transeuntes, adiantou.
O funcionário da Câmara de Évora assinalou que este troço da muralha romana da cidade junta-se a outros que estão visíveis, como no Jardim dos Colegiais, no Jardim Diana e nas Portas de Moura.
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