Os dois atentados - um no aeroporto de Bruxelas e outro numa estação central de metro - deixaram mais de 30 mortos e foram reivindicados pelo grupo radical Estado Islâmico.
Inicialmente, o balanço tinha sido estimado em 32 mortos, mas o tribunal elevou o número para 35, ao encontrar ligações entre os ataques e a morte de outras três pessoas.
Os ataques foram organizados e executados pelo mesmo grupo responsável pelos atentados de 2015 em Paris.
Por esse motivo, Abdeslam já foi condenado a prisão perpétua na França.
O tribunal belga decidiu não aplicar a Abdeslam uma pena adicional, já que ele também tinha sido condenado na Bélgica a 20 anos de prisão em 2018 por uma troca de disparos com agentes da polícia, ocorrida em 2016.
Abdeslam, de 34 anos, foi o único sobrevivente da célula que causou 130 mortos em Paris, a maioria deles na sala de espetáculos Bataclan.
Depois do massacre na capital francesa, o terrorista fugiu para Bruxelas, onde ficou escondido por quatro meses num apartamento onde moravam membros da célula local.
Já Mohamed Abrini, que ficou conhecido como "o homem do chapéu", e que se recusou a se matar no aeroporto de Bruxelas, foi condenado a 30 anos de prisão.
Abrini declarou que decidiu no último minuto não detonar os explosivos que levava consigo no aeroporto, assim como outro acusado, Osama Krayem, um sueco de ascendência síria.
Krayem foi condenado à prisão perpétua, assim como Bilal El Makhukhi e Osama Atar.
Atar, um alto dirigente do grupo Estado Islâmico que liderava a célula jihadista, foi julgado à revelia, porque se supõe que tenha morrido em 2017 na Síria.
Já Herve Bayingana Muhirwa, declarado culpado por "participar em atividades de um grupo terrorista", foi condenado a 10 anos de prisão.
Tal como Abdeslam, o tunisino Sofien Ayari beneficiou do facto de já ter sido condenado na Bélgica pela troca de tiros com a polícia, e não recebeu uma pena adicional.
Já o belga-marroquino Ali El Haddad Asufi recebeu uma pena de 20 anos de prisão.
Os ataques de 22 de março de 2016 em Bruxelas deixaram também centenas de pessoas feridas, e, mesmo vários anos depois, inúmeros sobreviventes e familiares continuam traumatizados.
O julgamento em Bruxelas começou no final de 2022, sob estritas normas de segurança, numa antiga sede da NATO, que foi adaptada especialmente para o processo.
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