Depois de Anabela Natário e Isabel Magalhães terem renunciado ao cargo em 24 de outubro, Miguel Alexandre Ganhão apresentou hoje a renúncia após reunião do plenário da CCPJ.

Estes três membros foram eleitos pelos jornalistas para o plenário do órgão.
"Não podemos aceitar mais a má gestão da CCPJ nem fazer de conta que nada se passa neste organismo, onde tentámos sempre trilhar o caminho para o qual fomos eleitas pelos nossos pares" e "é precisamente em nome do respeito à instituição, de modo a prevenir o futuro, que nos propusemos explicar neste documento a nossa decisão", afirmam Anabela Natário e Isabel Magalhães, numa exposição datada de 24 de outubro.

Além disso, "não reconhecemos à atual presidente capacidade e estatuto para continuar à frente da CCPJ, e como a presidente permanece no seu cargo, pondo e dispondo de tudo como entende, nós, vogais, eleitas pelos jornalistas, renunciamos ao cargo, desejando a todos um resto de bom mandato", afirmam, numa exposição de cinco páginas datada de 24 de outubro.

"Terminamos dizendo o que repetimos na campanha. Sabemos que a profissão de jornalista é desafiante, evolutiva, e que se sabe adaptar às novas realidades, mas não podemos nem queremos abdicar do que é fundamental: verdade, independência e espírito livre e crítico".

No documento, Anabela Natário consideram ainda que "a centralização de quase tudo na pessoa da presidente é um dos entraves ao bom funcionamento da CCPJ".
Por sua vez, Miguel Alexandre Ganhão considera, na exposição datada de hoje, que "o mandato da CCPJ nos últimos tempos tem sido enorme equívoco", explicando as razões da sua renúncia.

"Como não se antevê que até ao fim do mandato desta CCPJ seja mudada a orientação desta comissão, e estando eu de acordo com muitos dos reparos feitos pelas vogais Anabela Natário e Isabel Magalhães, não me resta outra alternativa que não seja a renúncia ao meu mandato com efeitos imediatos", remata.