A medida já foi discutida entre a administração do grupo e as diferentes direções dos órgãos de informação que o integram, mas os trabalhadores ainda não foram formalmente informados da decisão, de acordo com as mesmas fontes.
Para a maioria dos trabalhadores, o ‘lay-off’ será parcial, porém há casos em que será total, adiantaram.
No caso do secular Diário de Notícias, por exemplo, aos quadros com salários mais elevados deverá ser aplicado um ‘lay-off’ de 50%, para os jornalistas com salários médios e chefias será aplicado 30% e para os de rendimentos mais baixos de 10%.
Porém, só na próxima segunda-feira é que é esperado que a administração do grupo comunique formal e detalhadamente aos seus funcionários a decisão e como será aplicada.
O grupo Global Media detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e o Açoriano Oriental, e ainda a TSF, entre outras empresas.
“As coisas não estão fechadas, ainda há vários cenários em cima da mesa e conversas a decorrer”, disse na sexta-feira ao jornal Público, Afonso Camões, administrador do grupo.
“Esperamos anunciar alguma coisa na segunda-feira, mas nunca antes do final do dia, e só depois de encerrarmos as conversas com os trabalhadores e falarmos com os delegados sindicais e com o sindicato”, disse.
Porém, o responsável assegurou ao Público que não haverá ‘lay-off’ em algumas empresas do grupo, e que a sua eventual aplicação nas restantes obedecerá a uma “geometria variável”, sendo aplicado de forma diferente em cada uma delas.
A Lusa tentou contactar o administrador do grupo, mas tal não foi possível.
A Global Media informou também esta semana que o diretor do Diário de Notícias (DN), Ferreira Fernandes, e a sua diretora executiva, Catarina Carvalho, tinham apresentado a demissão, tal como a Lusa noticiou.
Para o cargo de diretor foi nomeado o até ali subdiretor, Leonídio Paulo Ferreira.
Numa comunicação interna, a que a Lusa teve acesso, na quarta-feira, a administração da Global Media Group refere que “aceitou o pedido de demissão dos jornalistas Ferreira Fernandes e Catarina Carvalho, de diretor e diretora executiva do Diário de Notícias”, sem adiantar os motivos da mesma.
Foi nomeado “interinamente o atual subdiretor Leonídio Paulo Ferreira, em quem confiamos para dar continuidade a uma informação plural, de rigor e isenção como é timbre deste jornal centenário”, adianta o Conselho de Administração, que “aproveita esta oportunidade para endereçar um profundo agradecimento a Ferreira Fernandes e a Catarina Carvalho, pelo enorme esforço que têm dado à empresa e ao DN, e pelo profissionalismo na liderança deste projeto editorial, que exerceram nos últimos dois anos, num contexto especialmente difícil para a generalidade da imprensa em Portugal”.
Na nota interna, a administração adianta que “Ferreira Fernandes, um dos cronistas mais reconhecidos e talentosos do país, com créditos firmados no jornalismo de língua portuguesa, e Catarina Carvalho manter-se-ão no Global Media Group, ligados ao Diário de Notícias, uma marca comprometida há mais de 155 anos com a informação de qualidade e que sempre soube antecipar as grandes mudanças da história”.
Leonídio Paulo Ferreira, “que agora assume a responsabilidade de diretor interino, é jornalista do Diário de Notícias desde 1992, numa carreira em que por várias vezes assumiu funções de chefia e direção, tendo-se especializado em jornalismo de política internacional”.
Licenciado em Comunicação Social pela Universidade de Lisboa, Leonídio Paulo Ferreira é mestre em Estudos Americanos e doutorando em História Contemporânea na Universidade de Évora.
Comentários