A administração da Somincor, a concessionária da mina de Neves-Corvo, no concelho de Castro Verde, no distrito de Beja, "continua intransigente e não está interessada em negociar" as revindicações dos trabalhadores, afirmou o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) Jacinto Anacleto.
O sindicalista falava à agêcnia Lusa após uma reunião entre a administração da Somincor e o STIM, que decorreu hoje e foi a primeira depois da greve de trabalhadores da empresa que se realizou entre os dias 03 e 07 deste mês.
Na reunião de hoje, "não houve qualquer tipo de abertura" da administração da Somincor para "negociar" e, por isso, o STIM "não teve outra hipótese senão a de entregar um novo pré-aviso de greve", a realizar em novembro, tal como os trabalhadores tinham decidido num plenário no passado dia 17 de setembro, disse.
A próxima greve de trabalhadores da Somincor vai decorrer entre as 06:00 de dia 06 e as 06:00 de dia 11 de novembro, precisou Jacinto Anacleto, frisando que o STIM está "sempre disponível para negociar e encontrar uma solução que ponha fim ao conflito" entre trabalhadores e administração da empresa.
No plenário, que decorreu na sede do STIM, na vila de Aljustrel, também no distrito de Beja, os trabalhadores da Somincor decidiram fazer a greve entre os dias 03 e 07 deste mês e, caso as repostas da administração da Somincor às suas reivindicações continuassem "a não ser favoráveis", mais cinco dias de greve em novembro e outros cinco em dezembro, lembrou Jacinto Anacleto.
Segundo o STIM, as greves servem para os trabalhadores reivindicarem o fim do regime de laboração contínua no fundo da mina, a "humanização" dos horários de trabalho, a antecipação da idade da reforma para os funcionários das lavarias, a progressão nas carreiras, a revogação das alterações unilaterais na política de prémios e o "fim da pressão e da repressão sobre os trabalhadores".
A Lusa contactou a administração da Somincor, que, através de fonte oficial, escusou-se, para já, a comentar a posição do STIM e o novo pré-aviso de greve dos trabalhadores.
O STIM fez um balanço "bastante positivo" da greve dos trabalhadores da Somincor que decorreu entre os dias 03 e 07 deste mês, referindo que teve uma "forte adesão" e "parou completamente" a extração e a produção de minério no complexo.
Já a Somincor, num comunicado enviado à Lusa, disse que a greve registou uma adesão de 18% e manifestou abertura ao diálogo com trabalhadores e sindicato dos mineiros.
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