Segundo um comunicado do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), naquele número incluem-se mais de 240.000 pessoas do vizinho Sudão do Sul que regressaram ao seu país para escapar à violência desencadeada a partir de 15 de abril entre o exército regular e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
Cerca de 382.000 sudaneses fugiram para o Chade (muitos a partir da vizinha região do Darfur, uma das mais afetadas pelo conflito), 287.000 para o Egito, 34.000 para a Etiópia e 13.000 para a República Centro-Africana, de acordo com estatísticas atualizadas diariamente pelo ACNUR.
“Os refugiados e repatriados do Sudão do Sul estão a chegar às zonas fronteiriças em condições cada vez mais desesperadas”, alerta a agência da ONU, referindo que estas áreas estão a ter cada vez mais problemas na prestação de apoio aos deslocados, tornando a resposta humanitária cada vez mais difícil.
Sem que se vislumbre o fim do conflito no Sudão, o ACNUR está a coordenar com as agências de ajuda a revisão do Plano Regional de Resposta aos Refugiados.
Prevê-se que as necessidades globais de financiamento para fornecer ajuda de emergência, incluindo alimentos, abrigo, cuidados de saúde, educação e serviços de proteção, atinjam mais de mil milhões de dólares (mais de 920 milhões de euros) para ajudar mais de 1,8 milhões de pessoas que, segundo as projeções, procurarão segurança nos países vizinhos do Sudão até ao final de 2023.
O alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, concluiu hoje uma visita de quatro dias ao vizinho Sudão do Sul, onde apelou a um maior apoio internacional para fazer face à crise.
O Sudão do Sul acolhe mais de 323.000 refugiados e requerentes de asilo, principalmente do Sudão, além de mais de 2,3 milhões de pessoas deslocadas internamente, fazendo com que o país continue a ser o palco da maior crise de refugiados de África, com 2,2 milhões de sul-sudaneses refugiados nos países vizinhos.
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