Três dias depois da passagem do furação, que teve efeitos devastadores na generalidade dos setores do concelho, mantêm-se fechadas a Escola Básica 2/3 da Carapinheira e a congénere do Seixo, que inclui jardim-de-infância, descreveu Emílio Torrão à agência Lusa.
As aulas foram hoje retomadas nos restantes estabelecimentos de ensino deste município do distrito de Coimbra.
“A escola da Carapinheira é a mais afetada”, com grande parte da cobertura em amianto arrancada pelo vento, o que levou a autarquia a recorrer a uma empresa especializada na recolha desses escombros, que constituem ameaça para a saúde pública, adiantou.
Segundo Emílio Torrão, a Câmara de Montemor-o-Velho comunica ainda hoje, numa reunião aos pais e encarregados de educação, as medidas temporárias adotadas relativamente a estas situações.
Os dois estabelecimentos continuam fechados e o município vai assegurar o transporte das crianças para escolas da vila, nos próximos dias e a título provisório, dando tempo à reparação dos estragos nas freguesias de origem.
Não é ainda possível prever uma data para o regresso dos meninos e meninas às suas escolas.
O autarca socialista disse que 45 edifícios municipais sofreram também danos diversos à passagem do furacão Leslie, no sábado.
Entre eles, estão os próprios Paços do Concelho, o pavilhão desportivo de Montemor-o-Velho, a Biblioteca Municipal e o complexo da logística da autarquia.
Entretanto, as estradas estão limpas na sua maioria, admitindo o presidente da Câmara que tal possa não se verificar “num caso ou noutro”.
Com dificuldades, o abastecimento de energia elétrica tende a ser reposto “em quase todas as freguesias”, mas “a situação ainda é crítica” nas povoações da União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca.
Em Arazede, “está ainda a sair-se da situação crítica” neste domínio, mas o problema não está resolvido, afirmou.
Para receber as mais diversas reclamações em matéria de energia elétrica, um pouco por todo o concelho, a Câmara Municipal emprestou à EDP o seu Balcão Único Móvel, que começa na quarta-feira, na vila, a ronda que vai efetuar pelas povoações.
O abastecimento de água também tende a ser reposto no território, com auxílio de geradores elétricos instalados pela autarquia, mas “ainda não totalmente”, já que “os sistemas estão a encher” com alguma lentidão, explicou.
Na área agrícola, “a situação é caótica”, designadamente nos campos de milho do Baixo Mondego, cuja colheita se realiza nesta época.
Emílio Torrão disse que “mais de 70% das casas” de Montemor-o-Velho foram danificadas pela tempestade e que as sedes de associações e coletividades registaram igualmente estragos significativos que condicionam as suas atividades comunitárias.
Quase 72 horas após a passagem do Leslie, “as coisas no concelho estão a entrar na normalidade, mas muito à custa das próprias pessoas”, sublinhou o autarca do PS.
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