Desde janeiro, 14.808 pessoas chegaram ao Reino Unido desta forma, um número sem precedentes, apesar das medidas implementadas pelos governos francês e britânico para travar o fenómeno.

O recorde absoluto de travessias num só dia foi estabelecido no início de setembro de 2022, quando 1.305 migrantes chegaram às praias britânicas, num ano em que 45.774 imigrantes chegaram ao Reino Unido.

Associações que disponibilizam apoio a migrantes:

JRS Portugal — O gabinete jurídico "tem como objetivo assessorar juridicamente os utentes no seu processo de regularização, bem como emitir pareceres e orientações técnicas internas em matérias de Lei de Estrangeiros, Lei de Asilo e legislação acessória". Saiba mais aqui.

Renovar a Mouraria — Centrada na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, esta associação ajuda com os processos de regularização de quem "vive, trabalha, estuda ou tem filhos que estudam" naquela zona. Conheça o projeto aqui.

Lisbon Project — Este projeto tem como objetivo "construir uma comunidade que integra e capacita migrantes e refugiados". Nesse sentido, tem também disponível um gabinete de apoio jurídico. Fique a par de tudo aqui.

Mundo Feliz — Esta associação ajuda os imigrantes no processo de regularização em Portugal e também na procura de emprego, entre outros serviços. Saiba mais aqui.

Linha de Apoio ao Migrante — Esta linha "tem como principal objetivo responder de forma imediata às questões mais frequentes dos migrantes, disponibilizando telefonicamente toda a informação disponível na área das migrações e encaminhando as chamadas para os serviços competentes". Contactos: 808 257 257 / 218 106 191. Mais informações aqui.

Após uma queda em 2023, as travessias ilegais registaram novo aumento em 2024, com a chegada de 36.800 migrantes, e a tendência para este ano sugere um novo recorde.

O Governo trabalhista, liderado por Keir Starmer, tal como os seus antecessores conservadores, prometeu combater a imigração ilegal.

Está a ser analisada no Parlamento uma lei sobre o controlo das fronteiras, que deverá, entre outras medidas, dar mais poderes à polícia para combater as redes de contrabando.

As autoridades marítimas francesas afirmaram ter resgatado 184 pessoas no estreito de Pas-de-Calais, entre sexta-feira à noite e sábado à tarde.

Mas há fotografias que mostram os polícias franceses a verem os migrantes abandonarem a praia sem intervir – em conformidade com a Lei do Mar — e que provocaram uma reação generalizada no Reino Unido, em especial nos meios de comunicação social conservadores.

Entrevistado na Sky News, o ministro trabalhista britânico da Defesa, John Healey, descreveu as cenas vistas no dia anterior como “chocantes”.

“Temos um acordo [com os franceses] para que mudem a sua forma de trabalhar. A nossa prioridade agora é fazer com que o implementem, para que possam intercetar os contrabandistas e deter estas pessoas nos barcos e não apenas em terra”, afirmou.

Healey acrescentou, à BBC, que terão de trabalhar de forma mais estreita com os franceses “para os convencer a aplicar esta medida, para poderem intervir na água, em águas pouco profundas, o que não estão a fazer neste momento”.

Desde o início do ano, pelo menos 15 pessoas morreram no Canal da Mancha, de acordo com uma contagem da AFP, com base em números oficiais.

No ano passado, 78 migrantes tinham morrido nestas perigosas travessias da fronteira franco-britânica, um recorde desde que este fenómeno começou na região, em 2018.