A mulher, de 90 anos e de nacionalidade brasileira, e mais seis arguidos respondem por burla qualificada, tentativa de burla, falsificação de documentos, associação criminosa e branqueamento, sendo que dois dos elementos estão ainda acusados de auxílio material.
Segundo a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso, em 2016 os arguidos decidiram "engendrar um esquema" com o intuito de vender um imóvel devoluto que não era seu, avaliado em meio milhão de euros, e usufruir das receitas daí provenientes.
Para esse efeito, formaram uma organização, dentro da qual definiram tarefas para cada um.
Uma delas passava por elaborar atas de assembleias gerais, que não se realizaram, de uma sociedade comercial, proprietária do imóvel, à qual dois deles já tinham pertencido.
Nesses documentos, são acusados de falsificar assinaturas.
Com esses documentos falsificados, conseguiram comprovar que eram sócios gerentes da empresa, junto da Conservatória do Registo Predial, e abrir contas bancárias em nome da entidade comercial para movimentarem, sendo acusados de enganar esses funcionários.
Os arguidos começaram a contactar potenciais clientes e conseguiram vender o apartamento em outubro desse ano por 400 mil euros, tendo recebido uma transferência de 300 mil euros.
Com o dinheiro obtido, começaram a fazer levantamentos e a efetuar pagamentos por cartão de débito, entre eles a compra de joias no valor de 5.000 euros.
A mulher foi detida pela Polícia Judiciária e está presa preventivamente no Estabelecimento Prisional de Tires desde novembro de 2016.
Outros dois cumprem pena de prisão à ordem de processos de burla, falsificação e contrafação de documentos e recetação, ocorridos em vários pontos do país depois de se terem evadido dos estabelecimentos prisionais durante o período em que integraram a organização criminosa.
O início do julgamento está agendado para as 14:00 no Juízo Central Criminal de Lisboa, Juiz 2, no Campus da Justiça, Parque das Nações.
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