“Acho que é tempo de Marcelo Rebelo de Sousa vir explicar o que é que sabia e o que é que não sabia sobre Tancos, sob pena de os portugueses começarem a não acreditar em nenhuma instituição”, afirmou André Ventura.
O também cabeça de lista por Lisboa às eleições legislativas de 06 de outubro falava à margem da primeira ação de campanha de contacto com a população, em Lisboa.
Para André Ventura, “não é crível” que o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, e o ex-chefe da Casa Militar do Presidente tenente-general João Cordeiro tivessem conhecimento do furto e recuperação do material militar dos paióis de Tancos, mas “mais ninguém soubesse”.
O dirigente do Chega não acredita que Azeredo Lopes “tenha pegado na informação sozinho” e, por essa razão, quer que o chefe de Estado e também o primeiro-ministro se expliquem e retirem consequências.
“Ou o Presidente sabia, ou não sabia. Se sabia, tem que se demitir. Ou o primeiro-ministro sabia, ou não sabia. Se sabia, tem que se demitir”, defendeu.
Apesar das críticas, o presidente do Chega explicitou que “este não é o momento para falar” sobre o Presidente da República e que “haverá um momento logo a seguir” às eleições legislativas.
Acompanhado de alguns membros e apoiantes do Chega, o candidato desceu o Chiado, à medida que ia distribuindo panfletos e visitava vários estabelecimentos comerciais daquela zona da capital.
Ao longo da ‘arruada’, André Ventura era sistematicamente reconhecido, primeiro, pelo comentário futebolístico que faz num programa de televisão e apenas depois como candidato a deputado à Assembleia da República.
Questionado sobre se a associação imediata ao cargo de comentador poderá prejudicar a mensagem política do partido, o dirigente considerou que “os portugueses sabem distinguir bem entre futebol e política”.
O Chiado foi o local escolhido para o périplo para demonstrar que “há insegurança em Lisboa”, uma vez que se vende “droga a céu aberto”.
Se o Chega for um dos partidos a preencher o hemiciclo na próxima legislatura, o partido pretende colocar polícia “em massa” na baixa lisboeta para mitigar este fenómeno.
Recusando ainda enquadrar o partido à esquerda ou à direita, André Ventura afirmou que a eleição de deputados é apenas o objetivo político e o “grande objetivo é acabar com este sistema” que, na opinião do dirigente, não responde às necessidades dos portugueses.
(Artigo atualizado às 19:10)
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