Através de uma nota distribuída depois da conferência de líderes - que decorreu de manhã para decidir sobre uma reunião da Comissão Permanente para discutir a questão de Tancos -, Ferro Rodrigues considerou que a acusação da dirigente dos centristas, Assunção Cristas, foi “inapropriada, incorreta e injustificada”.
A presidente do CDS-PP acusou hoje o presidente do parlamento de estar a “proteger o PS” ao ter recusado enviar para o Ministério Público as declarações prestadas pelo ex-ministro da Defesa e do primeiro-ministro, António Costa, durante a comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos.
A líder dos centristas justificou a necessidade de enviar as declarações por poderem considerar-se “declarações falsas”.
Respondendo a Cristas, o presidente da Assembleia da República lembrou que as declarações do ex-governante e do líder do executivo socialista “se encontram disponíveis na página do parlamento”, estando “acessíveis sem quaisquer restrições ou condicionalismos” – além da publicação em Diário da Assembleia da República, juntamente com o relatório final da comissão de inquérito, em 29 de junho.
Eduardo Ferro Rodrigues acrescentou que “todos os elementos e informações” pedidos pelo MP à comissão parlamentar de inquérito, sobre as “consequências e responsabilidades políticas do furto do material militar ocorrido” nos paióis de Tancos, foram “pronta e diretamente enviados”.
Reagindo ao comunicado, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, afirmou que a resposta do presidente do parlamento “diz tudo” sobre “os dois pesos e as duas medidas” com que Ferro Rodrigues “encara o exercício” do seu cargo.
“Quando foi o Joe Berardo, não foi preciso nada para o senhor presidente enviar para as entidades competentes, em nome da dignidade da Assembleia da República”, explicitou, salientando, contudo, que quando “há possibilidade alegadamente de haver falsas declarações” do primeiro-ministro e do ex-ministro da Defesa “já acha que está tudo muito bem e que a dignidade da Assembleia da República não será afetada”.
Azeredo Lopes é um dos 23 acusados pelo Ministério Público no processo de Tancos e a quem são imputados os crimes de abuso de poder, denegação de justiça e prevaricação.
(Notícia atualizada às 15:27)
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