Até ao momento, a Suíça tinha anunciado o bloqueio de 400 milhões de dólares desde o início da sua investigação sobre este caso, em abril de 2014. "Como parte das mais de 60 investigações criminais abertas, ativos patrimoniais da ordem de cerca de 800 milhões de dólares foram bloqueados", declarou nesta quinta-feira o procurador-geral suíço em comunicado.
A Suíça vai desbloquear cerca de US$ 70 milhões para o Brasil, acrescentou, elevando a pelo menos US$ 190 milhões os valores devolvidos a Brasília como parte do escândalo que abalou toda a classe política brasileira. Este anúncio ocorre após uma reunião que teve lugar nesta quinta-feira na Suíça, entre o procurador-geral do Brasil, Rodrigo Janot, e o seu colega suíço Michael Lauber para discutir "a colaboração entre as duas procuradorias neste complexo caso de investigações da Petrobras", segundo o comunicado. O encontro concentrou-se, entre outros temas, "na criação de um grupo de investigação conjunta, a fim de acelerar" o processo penal em ambos os países no que toca a este caso, de acordo com o gabinete do procurador-geral.
A investigação sobre a Petrobras envolve políticos, partidos da coligação de centro-esquerda no governo, bem como empresários e empresas. Foram desviadas grandes somas de dinheiro em benefício de indivíduos, incluindo ex-funcionários da empresa, mas também para partidos políticos, incluindo o Partido dos Trabalhadores (PT) da presidente Dilma Rousseff, atualmente ameaçada de processo de impeachment (destituição). Neste contexto, as autoridades suíças indicaram nesta quinta-feira que ordenaram desde o início da investigação a transmissão de documentos "de um total de mais de 1.000 contas em mais de 40 bancos."
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