João Pedro Matos Fernandes falava no final da 5.ª reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca que se reúne mensalmente para avaliar a situação, tendo alertado que embora não tenha sido decidida qualquer medida de contingência é necessário continuar o caminho de poupança de água.
"Foi mais uma reunião da comissão permanente de acompanhamento da seca que ocorreu no final de um mês de abril, que foi dos mais chuvosos do século. A chuva esteve 150 % acima do normal e por isso a situação da seca atenuou-se bastante em Portugal ao longo deste mês", disse.
A norte do rio Tejo, explicou, não existe praticamente qualquer território em seca e no final de março 35 % do território estava em seca severa tendo agora reduzido para 3,7 %.
Atualmente o território não tem qualquer situação de seca extrema, tem 28 % de moderada e 26 % fraca.
Por outro lado, adiantou o governante, o nível médio das albufeiras subiu.
“Das 10 albufeiras com menos de 40 % de água, que é um valor considerado preocupante, agora são apenas seis albufeiras [nestas condições]”, disse.
Da reunião de hoje, explicou, não resulta nenhuma medida de contingência, mas é necessário manter a medida de poupança de água.
“Na região mediterrânica a quantidade de água que consumimos é maior do que a que nos chega por via natural, por via da chuva”, disse adiantando que há duas albufeiras que motivam maior preocupação, uma na bacia do Sado (Monte da Rocha) e outra na bacia do Guadiana (Albufeira da Vigia), onde os valores são baixos.
No que diz respeito à Albufeira da Vigia, explicou João Matos Fernandes, há uma ligação ao Alqueva que tem de ser melhorada, mas que já permite transferência, e no que diz respeito ao Monte da Rocha é preciso restringir a rega para a cultura do arroz, permitindo, contudo, o seu cultivo em 90 % da área.
“Estamos muito mais bem preparados do que estávamos há dois anos. Mais bem preparados porque começamos a fazer as transferências de água desde novembro de locais com maior quantidade para onde existem falhas”, disse.
O ministro alertou que apesar da situação normal em Portugal continua a ser preocupante porque o cenário a médio e longo prazo é de menos água, obrigando a uma gestão mais cuidada por parte de todos.
"Este acompanhamento é feito a cada dia pelos serviços e uma vez por mês por quem tem poder para tomar decisões nesta comissão que envolve sete ministérios. Sabemos que vem o verão e que haverá menos água, mas temos de ter presente que poupar água é a única medida de longo prazo que existe", disse.
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