“A ASPE vai apresentar uma denúncia à PGR, porque no dia 30 de janeiro foi enviado um email do gabinete da ministra para os conselhos de administração dos hospitais a exigir que os enfermeiros trabalhassem no extremo, a 100%”, disse hoje à agência Lusa a presidente da organização sindical, Lúcia Leite.
Segundo a presidente da ASPE, é preciso “averiguar a legalidade” porque pode “constituir um boicote à greve” dos enfermeiros em blocos operatórios em hospitais públicos que se estende até final do mês.
Lúcia Leite denuncia ainda “pressões dramáticas” sobre os enfermeiros em greve, como “insinuações” de que após a greve os profissionais serão transferidos ou mudados de serviço.
Para a ASPE, o Governo está a “preparar caminho para fundamentar a requisição civil”, de forma “deliberada e planeada”.
A dirigente sindical refere ainda que os hospitais onde decorre a “greve cirúrgica” têm listas “praticamente apenas de doentes prioritários”, de modo a “que quase todas as cirurgias que seriam canceladas se enquadrem nos serviços mínimos”.
“Desconheço que alguma vez na história tenha havido orientações da tutela em relação às greves. O Governo está, de forma ardilosa, a tentar sustentar a eventual requisição civil”, disse Lúcia Leite.
A greve dos enfermeiros decorre desde quinta-feira e estende-se até fim de fevereiro em blocos operatórios de sete hospitais públicos, sendo que a partir de sexta-feira passa a abranger mais três hospitais num total de dez.
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