Em declarações à agência Lusa a propósito de mais um dia da iniciativa “Em agosto a luta não vai de férias”, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro, António Baião, contou que “essa situação foi detetada em duas unidades”, que ainda não pagaram os salários de julho.
“Os trabalhadores disseram-nos que não recebem trabalho extraordinário, trabalham muitas horas, sabem quando entram, mas não sabem quando saem, e ainda têm salários em atraso”, criticou.
O dirigente sindical admitiu que ficou surpreendido, uma vez que “neste período há um grande fluxo turístico”, visível em restaurantes e esplanadas.
“A zona de restauração está sempre cheia durante este mês de agosto. Para nós é incompreensível que haja salários em atraso, uma vez que estão a ter muita receita”, frisou.
Segundo António Baião, quer em Coimbra na zona da restauração tradicional da baixa e nas duas áreas de grandes superfícies, quer na Figueira da Foz, os dirigentes sindicais encontraram situações que confirmam o que têm dito.
“Não há falta de mão de obra no setor. O que há são más condições de trabalho para os trabalhadores, o que faz com que este setor seja procurado em fim de linha, por causa do salário mínimo nacional, dos horários de trabalhos e de trabalharem horas a mais sem serem pagas”, considerou.
É com o objetivo de “tentar ter os trabalhadores mais esclarecidos para diminuir a exploração por parte dos patrões, sobretudo neste período”, que o sindicato tem desenvolvido iniciativas como as de hoje, justificou.
Os dirigentes e delegados sindicais têm andado a distribuir a tabela salarial e a explicar os direitos em diversas unidades de restauração tradicional, restauração rápida e hotéis.
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