Durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realizou entre 1 e 6 de agosto em Lisboa, a Polícia de Segurança Pública mobilizou cerca de 10.000 polícias, sendo quase 2.000 de outros comandos do país que tiveram que ficar alojados na capital portuguesa e mais de 900 alunos da escola de Torres Novas e do instituto superior da polícia.
Dirigentes da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) acompanharem durante essa semana as condições de trabalho dos polícias, tendo extraído algumas conclusões, problemas e desafios enfrentados pelos agentes durante a JMJ.
Em comunicado, a ASPP dá conta que muitos dos profissionais tiveram as “expectativas frustradas, pois a realidade encontrada não correspondeu às informações iniciais fornecidas pelo diretor nacional da PSP” e que da “desorganização e falta de coordenação resultaram em atrasos nas rendições dos polícias e no transporte para os locais de serviço e retorno”, além da “falta ou atraso de apoio logístico”, incluindo alimentação, que foi um problema enfrentado por muitos agentes.
Segundo a ASPP, vários grupos de polícias foram instalados “tardiamente, o que pode ter impactado no seu desempenho e preparação”, “desfasamento dos locais de serviço” o que criou “dificuldades na alimentação e em algum alojamento” e muitos agentes relataram “falta de informações claras sobre a missão a ser desenvolvida, além da falta de material operacional, como meios de comunicação”.
A ASPP aponta também sobrecarga de trabalho e má gestão de recursos humanos bem como problemas com transportes, designadamente “ausência de coordenação no transporte dos comandos para Lisboa e vice-versa, causando desafios na logística”.
Outro dos problemas relatados pelo maior sindicato da polícia foi “a situação dúbia para o pessoal dos estabelecimentos de ensino policial”, considerando que os alunos dos dois estabelecimentos de ensino da PSP se “encontrava numa situação dúbia e arriscada em termos de enquadramento operacional”.
A ASPP indica ainda que foi constatada uma “disparidade no tratamento dos polícias em vários níveis”, alegando que nem todos receberam “condições adequadas e igualdade de tratamento”, tendo sido identificadas “situações de incompetência e prepotência no exercício de comando, onde profissionais foram designados para tarefas inadequadas às suas funções e categorias”.
A ASPP propõe “acesso ao relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre as condições de trabalho durante a JMJ, a emissão de uma diretiva que estenda o crédito do horário a todos os policias envolvidos na JMJ e uma reunião com o ministro da Administração Interna para se discutir a alteração e atualização da tabela de ajudas de custo e o agendamento de um processo negocial para revisão da tabela remuneratória.
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