“Mais uma vez, temos o maior partido da oposição, em vez de contribuir para soluções, a querer causar ruído e a querer fazer politiquice com isto”, afirmou, em declarações aos jornalistas, a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi.
O PS/Açores disse hoje que iria propor a criação de uma comissão parlamentar de inquérito devido ao “caos” no setor da saúde e às medidas implementadas pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) após o incêndio no hospital de Ponta Delgada.
Segundo disse fonte oficial do partido à agência Lusa, o PS/Açores pretende “apurar responsabilidades” pela situação da saúde na região, denunciando “falta de respostas” aos utentes, “conflitos” entre as administrações hospitalares e a “incompetência” da secretária da Saúde do executivo açoriano para “resolver a situação”.
O Chega/Açores também requereu o agendamento de um debate de urgência na Assembleia Legislativa, para a sessão de fevereiro, sobre o hospital de Ponta Delgada, alegando que é preciso esclarecer "todas as decisões" tomadas após o incêndio.
Questionada sobre a criação de uma comissão de inquérito, Mónica Seidi disse que é o PS quem está a “criar o caos na saúde”.
“Estamos perante uma situação muito séria. Da parte do maior partido da oposição não houve nunca uma proposta construtiva que tivesse em conta o melhor para os açorianos. Preferiram refugiar-se nas declarações de um antigo administrador, que quando tomou posse já as decisões estavam tomadas em relação à estratégia, para criar o caos na saúde”, criticou.
O anúncio da criação da comissão de inquérito surge um dia depois de o ex-vogal do conselho de administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) António Vasco Viveiros ter dito, numa comissão parlamentar, que a construção de um hospital modular, para dar apoio à infraestrutura, foi decidida pela direção clínica e assumida pela tutela, sem que tivesse sido votada pelo conselho de administração.
António Vasco Viveiros disse ainda que, em agosto, teria sido possível reabrir na totalidade o edifício afetado por um incêndio no dia 04 de maio de 2024.
O PS refere também, como justificação para a comissão de inquérito, conflitos entre administrações hospitalares, devido a uma carta que terá sido enviada pelo conselho de administração do hospital de Ponta Delgada a contestar a possibilidade de criação de um serviço de hemodinâmica no hospital da ilha Terceira.
Em reação a declarações de Mónica Seidi sobre este caso, o deputado socialista Carlos Silva disse, na quarta-feira, que a secretária regional da Saúde estava “politicamente fragilizada” e tinha perdido “toda a autoridade política para continuar a exercer o cargo”.
Questionada sobre estas declarações, a governante disse que não toma posições em que coloque “hospitais uns contra os outros”.
“Estou tranquila e quero continuar a trabalhar em prol dos açorianos”, afirmou.
Sobre o diferendo entre os hospitais de Ponta Delgada e da ilha Terceira, Mónica Seidi rejeitou tomar uma posição a favor de um ou de outro.
“Sendo secretária regional da Saúde é meu dever zelar pelo normal funcionamento entre as instituições e não alimentar qualquer tipo de guerras, na medida em que tem de haver uma relação institucional de respeito e de complementaridade entre ambas as instituições”, justificou.
Quanto à abertura de um serviço de hemodinâmica na Terceira, a titular da pasta da Saúde alegou que é uma decisão do Governo Regional, que ainda “carece de avaliação”.
“Ainda não rececionei uma proposta formal do conselho de administração, mas a intenção do governo é continuar a investir no hospital”, frisou.
Comentários