"A resposta que os quatro Estados [Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein] obtiveram foi negativa e não tinha conteúdo. Consideramos que não providencia uma base para o Qatar recuar nas suas políticas", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio Sameh Shoukry, ao ler um comunicado conjunto, citado pela Reuters.

Estes quatro países cortaram laços diplomáticos com o Qatar a 5 de junho, país que acusam de apoiar o terrorismo e de se aliar ao inimigo regional Irão. Doha, no entanto, nega estas acusações. Esta é a mais grave crise regional desde a guerra do Golfo de 1991.

A reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros acontece depois de expirar a data imposta a Doha para responder a 13 exigências feitas por estes países.

Nessa lista de exigências - apresentada ao Qatar pelo Kuwait, que está a ajudar a mediar a crise - os países exigiram o encerramento da televisão Al-Jazira, de uma base militar da Turquia no Qatar e uma redução das ligações diplomáticas com o Irão. Ainda como condição para solucionar esta crise, os quatro países exigiram que Doha corte quaisquer contactos com a Irmandade Muçulmana e com grupos fundamentalistas islâmicos como o xiita Hezbollah, a Al-Qaida e o Estado Islâmico.

"O boicote político e económico vai continuar até o Qatar mudar as suas políticas para melhor", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita Adel al-Jubeir.

Não foram, todavia, anunciadas novas sanções.

Reagindo às exigências apresentadas pelos quatro países, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, xeque Mohammed ben Abderrahmane Al-Thani, já tinha dito, em conferência de imprensa, que estas eram "irrealistas e inadmissíveis". A lista “não diz respeito ao terrorismo” mas “pede o fim da liberdade de expressão”, referiu o ministro qatariano.

Em Doha, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar sublinhou ontem que a atual crise deve ser resolvida através “do diálogo (…) dentro de um enquadramento claro e segundo princípios de não-ingerência e de respeito pela soberania dos Estados”.

“O Qatar rejeita a tutela de qualquer Estado”, frisou Mohammed ben Abderrahmane Al-Thani, ao lado do seu homólogo alemão Sigmar Gabriel, em visita ao território qatariano.