“À seriedade o que é sério, ao disparate o que é disparate. Estamos a falar de uma ONG [organização não governamental] que tem duas pessoas”, afirmou aos jornalistas André Ventura, em Pedrógão Grande, no norte do distrito de Leiria, onde hoje marca presença na cerimónia de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017.
No relatório, elaborado pelo Projeto Global contra o Ódio e Extremismo (GPAHE, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, identificam-se 13 “grupos de ódio e extremistas” em Portugal, incluindo o Chega e o Ergue-te, mas também movimentos neonazis e supremacistas brancos como os ‘Portugal Hammerskins’ ou os ‘Proud Boys Portugal’.
Neste universo, o Chega é quem domina “cada vez mais” a extrema-direita portuguesa, indica o relatório, que salienta que o partido tem “trabalhado para envenenar o discurso nacional com uma retórica racista, anti-LGBTQ+, anti-imigração e anticiganos”.
O líder do Chega ironizou que “amanhã o Chega também pode constituir uma associação qualquer, em Espanha, na Finlândia, na Suécia, e dizer que o Bloco de Esquerda é um perigo para a democracia”.
“E depois publicamos isso e dizemos ‘ah, estão a ver, está aqui um grande perigo'”, considerou.
Lembrando que o Chega é um partido político inscrito no Tribunal Constitucional, além de que é o terceiro maior, André Ventura considerou que “isto é desrespeitar os eleitores”.
Para André Ventura, o objetivo deste relatório é “atingir os mesmos partidos de sempre (…), os partidos que estão a crescer pela Europa”.
“O objetivo é sempre claro, é quando os partidos começam a crescer vamos tentar destruí-los. Como? Com o fantasma da extrema-direita, com o fantasma do racismo”, adiantou.
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