"É tudo muito difícil para uma reabertura muito limitada, para não falar dos encargos que vão ter com a compra dos equipamentos de proteção individual, dos desinfetantes, do gel, que a pedido da AHRESP e aí esteve bem o Governo" com uma medida de apoio, mas que visa apenas as microempresas, disse Ana Jacinto.
Os restaurantes e cafés retomam a atividade na próxima segunda-feira, 18 de maio e, de acordo com o Plano de Desconfinamento, o limite da lotação dos restaurantes é de 50%, com "funcionamento até às 23:00" e com condições específicas.
"O cenário não é simpático", considerou Ana Jacinto, reiterando temer que muitos empresários abram para fechar pouco tempo depois por falta de receita e assoberbados por custos.
"Vamos continuar a fazer o nosso trabalho, a trabalhar com o Governo em como encontrar soluções", asseverou Ana Jacinto, defendendo a necessidade de se injetar dinheiro a fundo perdido na restauração, sob pena do aumento de encerramentos e do número de desempregados.
Entretanto, a AHRESP assinou hoje um protocolo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), com vista a divulgar e informar junto dos seus associados duas coisas: "a orientação que a DGS emitiu na passada sexta-feira e o guia que está a ser validado pela DGS", adiantou.
Entre hoje e quarta-feira, a AHRESP vai começar a divulgar junto dos empresários as orientações que estão no guia, que traz detalhes sobre os procedimentos a adotar.
E que tipo de informação disponibiliza o guia? "Por exemplo, uma das questões que está nas orientações da DGS é que não é recomendável o serviço de 'bufê'", começou por explicar.
"O que temos no guia é que não é recomendável, mas o empresário pode fazê-lo desde que respeite um conjunto de regras" que constam do guia, salientou.
Além disso, a AHRESP vai ter vídeos animados que explicam cada um dos capítulos dos guias, sendo que "a maioria das regras já são praticadas há muito anos, trata-se de uma intensificação" das medidas, referiu a secretária-geral da AHRESP.
Sobre as intenções de reabertura, a responsável cita o inquérito feito pela associação, entre 30 de abril e 4 de maio, em que 20% dos empresários afirmou que não tinha condições para abrir.
"Tememos que se nada for feito muitos destes estabelecimentos abram", mas pouco tempo depois será "muito difícil manterem-se" em atividade.
Isto porque além do limite da lotação a 50%, não é expectável um grande movimento de pessoas na restauração, acrescendo que não há também turistas.
Sobre as esplanadas, a secretária-geral da AHRESP adiantou que muitas empresas têm negociado para continuar a estar isentas da taxa de ocupação do espaço público, o que tem sido prolongando por algumas autarquias até final do ano.
"E muitas também estão a incentivar o alargamento da esplanada para permitir sentar mais pessoas, cumprindo as regras de distância", sublinhou.
"Não desistimos, temos um setor muito numeroso e portanto se há coisa que garantimos é que a AHRESP não desiste das suas propostas, das suas convicções, do trabalho que tem vindo a fazer. Claro que não foi, não é, nem será um processo fácil, desde o dia 16 de março que fizemos propostas concretas, apresentámos mais de 40 propostas ao Governo, não foram todas, mas foram algumas", prosseguiu.
"É também preciso reconhecer que o Governo tem feito um esforço muito grande para ir corrigindo uma série de medidas que não estavam ajustadas", como o caso do 'lay-off', reconheceu, considerando que este "é curto" e "insuficiente".
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