
“Vladimir Putin chamou a atenção para o facto de o regime de Kiev apostar na escalada do conflito e levar a cabo ações de sabotagem contra infraestruturas civis em território russo”, indicou o Kremlin (presidência russa) num comunicado, a propósito da conversa telefónica entre o líder russo e o chefe da Igreja Católica.
O Presidente russo “reafirmou o interesse em alcançar a paz por meios políticos e diplomáticos, salientando que, para chegar a uma resolução definitiva, justa e global da crise, era necessário eliminar as suas causas profundas”, acrescentou o Kremlin.
Após dois ciclos de negociações diretas entre russos e ucranianos em Istambul (Turquia), Moscovo continua a apresentar exigências maximalistas para pôr fim à sua ofensiva, incluindo a retirada das forças de Kiev de quatro regiões cuja anexação o Kremlin reivindica e a renúncia da Ucrânia em aderir à NATO.
Kiev, por seu lado, insiste num cessar-fogo incondicional que a Rússia recusa, considerando que permitiria às tropas ucranianas rearmarem-se com a ajuda ocidental.
A Ucrânia realizou nos últimos dias vários ataques em território russo, incluindo uma operação complexa com ‘drones’ que danificou ou destruiu vários aviões militares russos, incluindo bombardeamentos estratégicos.
Moscovo também acusa a Ucrânia de estar por trás das explosões que provocaram no fim de semana passado o colapso de duas pontes e o descarrilamento de três comboios, causando sete mortos e mais de uma centena de feridos, incluindo crianças.
A Ucrânia também reivindicou na terça-feira um ataque com explosivos contra a ponte da Crimeia, uma gigantesca obra rodoviária e ferroviária que liga a península anexada à Rússia.
Durante a sua conversa com o Papa Leão XIV, considerada “construtiva” pelo Kremlin, Putin criticou ainda a proibição, em 2024, pelas autoridades ucranianas, da Igreja Ortodoxa subordinada ao Patriarcado de Moscovo, que outrora contava com o maior número de fiéis na Ucrânia.
Apelou ao Vaticano para que “se empenhe mais ativamente em favor da liberdade de culto na Ucrânia”.
Nas últimas semanas, o Vaticano foi considerado um dos locais possíveis para negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, e Putin expressou hoje “gratidão” ao Papa “pela sua vontade de contribuir para a resolução” do conflito.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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