Em declarações à agência Lusa, no final de uma reunião com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), o presidente da concelhia social-democrata, Bruno Pereira, afirmou que os impactos vão ser “brutais”, tendo agora “mais e maiores dúvidas”.
Depois da reunião, Bruno Pereira assumiu ter ficado com mais dúvidas e com menos certezas relativamente ao projeto, porque não foram dadas garantias por parte da APDL.
“As nossas dúvidas não só persistem como aumentaram, porque obtivemos informações diferentes daquelas que tínhamos até então”, revelou.
Por esse motivo, o social-democrata defendeu um debate alargado e profundo sobre o prolongamento do quebra-mar e as suas consequências para o concelho do distrito do Porto.
O presidente do PSD/Matosinhos recordou que o concelho tem uma ligação histórica ao mar e à economia do mar, devendo este projeto ser bem pensado e analisado.
No passado dia 27 de fevereiro, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, anunciou um investimento de cerca de 217 milhões de euros em Leixões, dos quais 147 são investimento público, para aumentar a sua competitividade portuária.
Uma dessas empreitadas assenta no prolongamento de 300 metros no quebra-mar exterior – que permanece inalterado desde 1940 –, com o objetivo de reforçar a segurança na entrada da barra e melhorar a operacionalidade, assegurando uma acessibilidade mais segura e facilitada nas diversas condições ‘meteo-marítimas’.
Dado a prática do surf na Praia de Matosinhos poder vir a sofrer constrangimentos com esta empreitada, a governante revelou que o Governo está disponível para compensar financeiramente as empresas do setor.
Se houver alterações na ondulação e for necessário ressarcir as pessoas com atividades económicas ligadas ao setor, nomeadamente escolas de surf ou lojas de arrendamento de material, o Governo tem disponibilidade financeira para as compensar, referiu, na altura.
Posteriormente, a 6 de março, a Câmara Municipal do Porto aprovou uma moção apresentada pelo Movimento de Rui Moreira que quer que este projeto seja reavaliado e que seja garantida a minimização dos seus impactos.
Na proposta aprovada por unanimidade, o movimento defende ser "essencial" entender a "extensão e impacto" desta obra para o Município do Porto "em todas as suas dimensões", pelo que apela “à participação cívica de todos os cidadãos na defesa de um bem coletivo que não pode ser destruído".
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