"Eu dou só um exemplo, que é a ferrovia. Nós podemos dizer que hoje vivemos num país dos comboios fantasmas porque não há comboios e os que há perdem os motores. Ora uma pessoa que é responsável por esta gestão durante três anos e que foi, claramente, um mau ministro como é que pode ser um bom deputado europeu", defendeu.
Com a apresentação formal do ministro Pedro Marques como cabeça de lista dos socialistas as eleições europeias, Rangel considera que se confirma a suspeita de que estes dois meses foram uma "dissimulação" que pretendeu dar visibilidade "a um ministro que não a tinha para depois fazer dele candidato".
Para o eurodeputado, esta é uma "escolha dececionante", na medida em que "não há uma relação com a Europa, nem se conhece nenhum pensamento europeu do ministro", com exceção da gestão dos fundos europeus que, considera, "é uma má relação".
Questionado sobre as declarações de Pedro Marques, que o acusou de pretender apagar da memória afirmações contra o atual Governo, prevendo que Portugal se sujeitaria a novo resgate, Rangel disse que vai apenas discutir ideias.
"Eu não vou entrar aqui neste pingue-pongue. Eu vou discutir ideias quando elas existirem e discuto factos. E os factos são: Pedro Marques falhou como ministro e, portanto, nós não temos nenhuma expectativa de que ele possa alguma vez ser bem-sucedido", reiterou.
"Não são discursos catastrofistas, são discursos realistas, é o próprio governo que está sempre a dizer que temos que ter prudência", prosseguiu.
O eurodeputado disse ainda o resultado eleitoral do PSD não está dependente dos outros, mas apenas de si próprio, sublinhando que o partido está em boas condições de ganhar as europeias, apesar da tarefa não ser fácil.
O secretário-geral do PS, António Costa, apresentou hoje, formalmente, o ministro Pedro Marques como cabeça de lista dos socialistas às eleições europeias.
António costa que falava na sessão de encerramento da Convenção Europeia do seu partido, em Gaia, referiu a Pedro Marques como alguém "com provas dadas na ação governativa".
Já Pedro Marques acusou o seu adversário social-democrata Paulo Rangel de pretender apagar da memória afirmações contra o atual Governo prevendo que Portugal se sujeitaria a novo resgate.
"Na onda de Passos Coelho, lá vinha Paulo Rangel, na Universidade de verão de 2016 do PSD, dizer que o futuro de Portugal é uma parede e que, inevitavelmente, seria conduzido a um novo resgate. Três anos passados, ontem mesmo [na sexta-feira], Manfred Weber esteve a passear, ali, do outro lado do rio, no Porto, com Paulo Rangel, a pedir o voto dos portugueses", referiu o cabeça de lista socialista no final da convenção de Vila Nova de Gaia.
Para Pedro Marques, o PSD e o PPE, "há três anos, pediam sanções e punham em causa os esforços de Portugal para sair do procedimento por défices excessivos".
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