“Há notoriamente uma gestão muito deficiente na saúde, que precisa de mais recursos, é certo, mas acima de tudo [precisa] de uma melhor gestão. É claro que o Ministério da Saúde não tem estado capaz de gerir os meios que tem à sua disposição e, portanto, a produtividade é muito baixa em prejuízo das populações, e isso justifica que se faça no parlamento um debate a sério sobre a saúde em Portugal”, disse.
Rui Rio, que esta manhã esteve reunido cerca de uma hora e meia com o bastonário da Ordem dos Médicos, no Porto, disse que este debate parlamentar permita ao Ministério da Saúde “começar a fazer melhor aquilo que até à data” tem “feito mal”.
“Preocupado com o estado da saúde em Portugal”, neste encontro Rio quis “ouvir de viva voz aquilo que é a posição e a radiografia que a Ordem dos Médicos traça da atual situação”.
O social-democrata exemplificou o que se passa com a “gestão dos próprios médicos”, afirmando que se for feito um “equilíbrio” entre a contratualização de médicos e o pagamento de horas extraordinárias, “se calhar” o Ministério da Saúde “podia contratar muito mais médicos quase pelo preço que hoje está a gastar por uma gestão deficiente”.
Rio defendeu ainda ser necessário “contratualizar menos com os privados e fazer melhor dentro do serviço público”.
O líder do PSD apontou que “há uma falha clara do Governo ao nível da gestão” da saúde e que “há aspetos de ordem estrutural [nesta área] que nenhum governo consegue mudar no espaço de um ano, dois ou três”.
"Nós não vamos fazer demagogia (…), mas devemos exigir ao Governo que dê aquelas condições que o país está capaz de dar, e a degradação dos serviços está aquém daquilo que, apesar de tudo, Portugal tem capacidade para poder dar aos cidadãos. É aqui que nós devemos sensibilizar o Ministério da Saúde, porque me parece claro que há um défice enorme de gestão no Ministério da Saúde”, vincou.
Para Rui Rio, “quando o défice é de gestão não tem a ver com mais recursos, tem a ver com a otimização dos recursos”.
Questionado pelos jornalistas sobre o caso da correção do currículo académico de Feliciano Barreiras Duarte, que levou na terça-feira à instauração de um inquérito por parte da Procuradoria-Geral da República, Rui Rio não quis comentar.
“Hoje, aqui, falo exclusivamente sobre a reunião com a Ordem dos Médicos. Sobre esse caso em concreto já tive oportunidade em falar. Não vou falar em cada canto e esquina”, disse.
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