No final da reunião da bancada do PSD, e questionado até quando o partido irá esperar pelas respostas de António Costa, Joaquim Miranda Sarmento não fixou uma data, mas manteve em aberto a possibilidade de avançar para um inquérito parlamentar.
O líder parlamentar do PSD recordou que a sua bancada dirigiu, no final de novembro, 12 perguntas ao primeiro-ministro para esclarecer declarações do ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa, quer sobre a resolução do Banif, quer sobre o afastamento da empresária Isabel dos Santos do BIC.
“O PS e o primeiro-ministro disseram que o tema não era novo, já estava explicado e as perguntas tinham respostas fáceis. Fomos surpreendidos no dia 27 dezembro com um pedido de adiamento”, recordou.
Na semana passada, Miranda Sarmento questionou Costa sobre o tema no debate sobre política geral, tendo o primeiro-ministro assegurado que iria responder “muito brevemente”.
“Como o assunto não era novo, mas já era tão antigo, deu algum trabalho recuperar a documentação que, creio, o senhor deputado terá muito gosto em ler e que será anexo às minhas respostas. Brevemente cá terá as respostas”, assegurou então o primeiro-ministro.
No entanto, segundo Miranda Sarmento, passado uma semana “e quase dois meses” após as perguntas terem sido feitas, o primeiro-ministro ainda não respondeu.
“Quem fica mal perante o país e os portugueses é o primeiro-ministro que, aparentemente ou não quer ou não pode ou não consegue responder às questões colocadas”, avisou, considerando que este tempo demonstra não só que as perguntas “são pertinentes como deixam o primeiro-ministro numa posição pouco confortável”.
Questionado até quando aguardará o PSD, Miranda Sarmento não fixou uma data.
“Entendemos que o primeiro-ministro tem de dar estas respostas. Se passar muito mais tempo, a situação pode tornar-se não sustentável e avançaremos com outros mecanismos parlamentares, no limite, uma comissão de inquérito potestativa”, disse.
Joaquim Miranda Sarmento pediu ainda ao Governo que dê esclarecimentos sobre alertas hoje noticiados pelo Observador por parte do ponto de contacto do Ministério Público na Comissão de Auditoria e Controlo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
“São críticas e avisos sérios de que estão a ser feitos pagamentos sem garantia de que os objetivos e as metas estão a ser cumpridos. Este aviso do Ministério Público é muito grave e o Governo tem de esclarecer”, desafiou.
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