A informação foi avançada pelo Expresso online e confirmada por fonte oficial do PSD à Lusa.
Primeiro, reunirá a Comissão Permanente, núcleo duro da direção, e em seguida, a Comissão Política alargada, encontros em que serão analisados os resultados eleitorais.
O presidente do PSD, Rui Rio, ainda não esclareceu se irá continuar e recandidatar-se à liderança do partido – pelos estatutos do partido, deverão realizar-se eleições internas em janeiro –, tendo dito na noite eleitoral que será uma decisão tomada “com serenidade e ponderação”.
Na quarta-feira, o antigo líder parlamentar Luís Montenegro já anunciou que será candidato à presidência do PSD nas próximas diretas.
Na noite eleitoral, Rui Rio assumiu que o PSD não alcançou o principal objetivo – vencer as eleições – mas defendeu que não se tratou de “uma grande derrota”, explicando o resultado pela conjuntura económica internacional favorável ao Governo, pelo surgimento de novos partidos à direita, mas também pelas sondagens que terão “desmotivado” os eleitores sociais-democratas e pela ação dos críticos internos.
Na sua intervenção, considerou ter enfrentado “uma instabilidade de uma dimensão nunca antes vista na história do PSD e exclusivamente motivada por ambições pessoais”.
Questionado sobre o seu futuro político, Rio disse não se tratar de um tabu: “O Rui Rio pondera, não há tabus só porque não responde ali ao fim de um minuto ou dois. Calma, Calma”, apelou.
Dois dias depois, à saída de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa Rui Rio reiterou que se mantinha em reflexão.
“Eu sobre isso não vou aqui falar. (...) Independentemente da reflexão que eu faço e do que eu venha a decidir, há um momento também que é justamente este momento, a indigitação do primeiro-ministro, que é um ato solene, digamos assim. Não seria lógico que o PSD estivesse em grandes tumultos antes de isso acontecer (…) Na devida altura falarei sobre a matéria, não aqui”, assegurou.
Desde domingo, foram várias as vozes a contestar a liderança de Rui Rio, entre eles o ex-ministro e ex-dirigente Miguel Relvas que considerou que "o PSD não pode ser um partido de serviços mínimos".
Em sentido contrário, pronunciou-se, por exemplo, o histórico dirigente social-democrata e ex-ministro Ângelo Correia, para quem Rio deveria anunciar até ao fim desta semana a recandidatura.
Também várias distritais e autarcas do PSD estão a tomar posição, uns a favor da continuidade de Rui Rio e outros contra.
Dois dos ‘vice’ presidentes de Rio, David Justino e Morais Sarmento, defenderam que o líder tem condições para continuar, mas frisaram tratar-se de uma decisão pessoal.
Na terça-feira, numa declaração escrita depois de questionado pela Lusa, o antigo Presidente da República Cavaco Silva manifestou-se entristecido com o resultado do PSD nas eleições de domingo e defendeu que é urgente mobilizar os militantes que se afastaram ou foram afastados, apontando como exemplo a ex-ministra Maria Luís Albuquerque.
Para o ex-chefe de Estado, “a tarefa mais importante e urgente que o PSD tem agora à sua frente é a de reconstruir a unidade do partido e de mobilizar os seus militantes” e trazer “ao debate das ideias e ao esclarecimento e combate político os militantes que, por razões que agora não interessa discutir, se afastaram ou foram afastados”.
(Notícia atualizada às 17h05)
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