O PS, “por uma questão até de dignidade, de amor-próprio, de respeito pela sua história e pelos seus valores, tem agora a obrigação de se apresentar, como sempre fez, aliás, com uma candidatura forte e própria à presidência” do município do Porto, sustentou.
“Faltam ainda muitos meses para as eleições, não há nenhuma razão para dramatizar a situação”, afirmou.
Segundo o antigo candidato à câmara daquela cidade e ex-presidente da Federação Distrital do Porto, “havia aqui uma questão [relacionada com as próximas autárquicas no concelho] que estava progressivamente a apodrecer”, sublinhou, reconhecendo, paralelamente, que “Rui Moreira tem toda a legitimidade para fazer a opção que fez”.
Francisco Assis falava aos jornalistas, hoje, ao final da tarde, em Coimbra, antes de participar, com o advogado Rui Machete, num jantar/debate sobre a ‘União Europeia, democracia e cidadania: risco e desafios’, promovido no âmbito de uma homenagem a António Barbosa de Melo, antigo presidente da Assembleia da República e cofundador do PPD/PSD, falecido em setembro do ano passado.
A questão que tem de ser “rapidamente clarificada”, sustentou, referindo que já se estava “há algumas semanas a esta parte a entrar numa situação relativamente pantanosa”.
“Julgo que foi útil o entendimento entre o PS” e o presidente da Câmara do Porto presidida por Rui Moreira, que “assegurou a governabilidade” do município ao longo deste mandato, “com bons resultados no essencial”, acrescentou o eurodeputado.
“Face ao que se está a passar, a única coisa que se impõe é uma decisão por parte do PS no sentido de apresentar a sua própria candidatura”, salientou, defendendo que o partido tem “uma forte presença na história do Porto” e que tem “pessoas com qualidade e tem capacidade para ir buscar independentes” para “formar uma boa lista”.
Agora, “tem que elaborar um projeto que seja imaginativo, criativo, mobilizador dos portuenses”, tarefa que Francisco Assis considera estar perfeitamente ao alcance do seu partido.
Escusando-se a indicar nomes, Francisco Assis reconheceu que Manuel Pizarro tem “a vantagem de ser um homem bastante conhecido” e de ter desenvolvido “um trabalho reconhecidamente válido durante estes quatro anos”, enquanto vereador.
Francisco Assis defendeu ainda que “o PS deveria ter deixado claro desde o primeiro momento que, a haver esse apoio [a Rui Moreira], tinha de haver uma negociação no sentido sério de projetos políticos para a cidade”.
Esta “confusão estabeleceu a ideia de que o PS, exigindo fosse o que fosse, entrava numa lógica de aparelhismo”, mas “isso é errado e inaceitável”, concluiu.
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