A reação surgiu na sequência de uma autorização excecional dada na terça-feira a cerca de uma centena de mulheres, nomeadamente a equipa de futebol feminino e familiares dos jogadores, que assistiram ao Irão-Bolívia no estádio, jogo que a equipa iraniana, orientada pelo português Carlos Queiroz, venceu por 2-1.

“Discordo da presença daquelas mulheres no estádio Azadi ontem [terça-feira]. Este é um estado islâmico, somos muçulmanos”, referiu o procurador-geral.

O grupo escolhido para assistir ao particular era restringido a familiares e atletas, mas conseguiu, ainda assim, ser o primeiro a assistir no estádio a um jogo masculino desde 1981, depois da revolução islâmica, dois anos antes, o ter proibido.

Montazeri ameaça agir contra quem procurar novas autorizações no futuro, uma vez que “a presença de uma mulher no estádio, a ver homens semi-nus em roupas desportivas, encaminha ao pecado”.

O presidente iraniano Hassan Rohani já afirmou várias vezes ser favorável à presença de mulheres nos estádios, mas enfrenta forte oposição, com as declarações de Montazer a irem contra as pretensões de permitir a entrada no jogo entre o Persepolis e o Al-Sadd, no dia 23 de outubro, para a meia-final da Liga dos Campeões asiática.

Segundo a agência Mehr, o procurador-geral disse que pretende pedir ao procurador de Teerão para agir judicialmente se o pedido for levantado.