“Basta, iremos agir”, afirmou o chefe de Estado, que prometeu anunciar uma série de medidas até ao final do dia.
Cyril Ramaphosa admitiu que o Governo deve tomar medidas urgentes para parar a violência contra as mulheres, considerando que “homens que matam e violam devem permanecer o resto da sua vida na prisão”.
“A lei deve mudar para que o violador ou o assassino sejam condenados à prisão perpétua sem fiança”, acrescentou.
As mulheres são as principais vítimas das mais de 130 violações e agressões sexuais registadas diariamente no país.
De acordo com a ministra da Mulher, Maite Nkoana-Mashabane, no mês passado, mais de 30 mulheres foram assassinadas pelos cônjuges.
Nas últimas semanas, relatos de assassinatos de jovens do sexo feminino – incluindo de uma rapariga de 14 anos – encheram as manchetes da imprensa sul-africana.
Em 24 de agosto, uma estudante da Universidade da Cidade do Cabo, Uyinene Mrweyanda, de 19 anos, foi, alegadamente, violada e agredida até à morte por um trabalhador do serviço postal.
Poucos dias depois, em 30 de agosto, a campeã de boxe sul-africana Leighandre “Baby Lee” Jegels, de 25 anos, foi assassinada a tiro pelo namorado, um agente da polícia.
As mortes e a violência levaram mulheres de todo o país a partilharem as suas experiências e receios de serem as próximas vítimas da violência por parte de homens, recorrendo às redes sociais através da ‘hashtag’ “#AmINext” (“serei a próxima”).
A África do Sul é um dos países mais violentos do mundo para as mulheres, registando a quarta maior taxa de mortes por “violência interpessoal”, de acordo com o portal de verificação de factos Africa Check.
O mesmo ‘site’ refere que uma mulher é assassinada a cada três horas na África do Sul.
No ano passado, a África do Sul registou um aumento de 6,9% no número de homicídios, com uma média de 57 por dia.
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