A Rússia é um dos maiores produtores e exportadores de fertilizantes do mundo e o principal fornecedor de cloreto de potássio para o Brasil.
Dados da plataforma Logcomex indicam que em 2021 a Rússia foi o principal fornecedor de cloreto de potássio do Brasil.
“Com a guerra Rússia/Ucrânia, corremos o risco de desabastecimento de potássio ou aumento de seu preço. Nossa segurança alimentar e o agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e o Legislativo, medidas que nos permitam não depender externamente de algo que temos em abundância”, escreveu Bolsonaro, nas redes sociais.
Segundo o Presidente brasileiro, a legislação ambiental, os povos indígenas e os direitos de exploração na bacia do rio Madeira, principal afluente do rio Amazonas, são três problemas que impedem a potência sul-americana de obter o seu próprio potássio.
“Nosso Projeto de Lei 191, de 2020, permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas. Uma vez aprovado, um desses problemas está resolvido”, acrescentou o Presidente brasileiro.
Esse projeto de lei, apresentado em 2020, visa regulamentar a mineração em reservas indígenas sem que o Congresso tenha discutido previamente se é constitucional, o que levou o Ministério Público Federal a considerá-lo inconstitucional no ano passado.
A exploração económica da Amazónia e o fim da demarcação de novas reservas indígenas foi uma das bandeiras promovidas pelo líder de extrema-direita para chegar ao poder.
Desde que assumiu o cargo de chefe de Estado no Brasil, o Governo Bolsonaro flexibilizou as medidas de controlo e fiscalização da mineração ilegal na maior floresta tropical do planeta e há menos de um mês emitiu um decreto aprovando a mineração artesanal na região.
A mineração é considerada pelos ambientalistas como uma das principais ameaças à Amazónia e, segundo eles, está longe de operar em escala artesanal, pois é conduzida por verdadeiras organizações industriais.
A mineração ilegal é uma das principais causas do desflorestamento da floresta amazónica no Brasil, problema que aumentou durante o Governo Bolsonaro.
Dados oficiais indicam que, em 2021, a maior floresta tropical do planeta perdeu 13.235 quilómetros quadrados de vegetação no Brasil, a maior área degradada em um período de 12 meses nos últimos 15 anos.
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