“Contem com o total apoio do Governo humanista e bolivariano a que presido. Apoio total às famílias, aos jovens, aos chefes de família, às mulheres chefes de família, às comunidades. Apoio total apoio aos comerciantes”, disse Nicolas Maduro, à televisão estatal venezuelana, na segunda-feira.
Maduro sublinhou ter visto “destroços, centenas de casas destruídas com perda total e centenas de casas e empresas com perda parcial”.
Tejerías, no estado de Arágua, a 70 quilómetros a sudoeste de Caracas, é “uma zona de catástrofe total, de desastre”, onde ocorreram fortes enxurradas, como não foram registadas “durante muitos anos na Venezuela”, disse.
O governante pediu a quem sofreu perdas materiais que se dirija aos centros de abrigo, “até que seja organizada a reconstrução das casas” e prometeu que “ninguém será abandonado, ninguém ficará sem casa”.
Por outro lado, Maduro lembrou a tragédia de 1999, no estado de Vargas, e precisou que o que aconteceu em Tejerías foi uma destruição da mesma grandeza, mas num território mais pequeno.
“A lama, o rio, as correntes [de água] atingiram até dez metros de altura. Aí estão as marcas da destruição nas casas (…) a gente deve saber que Tejerías vai ressurgir com a ave Fénix”, frisou.
Nicolás Maduro explicou que há registou de 800 casas afetadas, 400 das quais totalmente perdidas, desaparecidas e as restantes com danos parciais. Acrescentou que estão a ser preparados 200 apartamentos do programa estatal Grande Missão Habitação, em Arágua e no vizinho estado de Carabobo, para acolher afetados.
“Nas situações de chuva muito graves que tivemos, choveu três vezes mais do que em qualquer outro ano, e no dia do deslizamento de terra de grande magnitude, aqui em Tejerías, choveu em cinco ou seis horas o que chove num mês”, sublinhou.
O Presidente da Venezuela disse ter alertado “há 10 dias, numa transmissão (da televisão) pública, que estava muito preocupado com a forma como os solos estavam a ficar saturados com água”.
“As montanhas estavam a ficar saturadas, e mandámos verificar todas as montanhas perto das cidades”, disse Maduro.
No domingo, fontes consulares disseram à Lusa que dois portugueses, um homem e uma mulher, morreram em Las Tejerías, devido às chuvas torrenciais que afetaram o estado venezuelano de Arágua.
O cônsul honorário de Portugal em Los Teques, Pedro Gonçalves, especificou que dois comerciantes portugueses foram arrastados pelas torrentes de água e de lama.
Por outro lado, explicou que enquanto chovia “os criminosos aproveitaram que a água ia entrando nos imóveis, para roubar. O rio arrastou uma loja de venda de pneus de um português, e há informação de que várias lojas de portugueses foram afetadas, entre elas, um talho, uma padaria, lojas de ferragens e de perfumaria”, indicou.
O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou condolências às famílias e aos amigos dos dois portugueses.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, parte hoje para a Venezuela para acompanhar a situação da comunidade portuguesa no país.
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