"Este ano reunimo-nos aqui, na Guarda, e sob o auspício deste segundo rei de Portugal, Dom Sancho I, que ganhou o cognome de ‘o povoador'. E não podia haver melhor cognome para uma cimeira que está centrada no tema da cooperação transfronteiriça e do desenvolvimento destas regiões de fronteira que são, de um lado e do outro da fronteira, precisamente das mais despovoadas que temos nos nossos territórios", disse António Costa.
O primeiro-ministro falava na conferência de imprensa realizada ao ar livre na Praça Velha, na Guarda, junto da Sé Catedral e da estátua de Dom Sancho I (que em 27 de novembro de 1199 atribuiu a Carta de Foral, documento que marcou o nascimento da cidade mais alta do país), no âmbito da 31.ª Cimeira Luso-espanhola dedicada à cooperação transfronteiriça e à articulação de uma estratégia conjunta para a recuperação económica.
À chegada à Praça Velha, antes das declarações aos jornalistas, Costa e Pedro Sánchez, chefe do Executivo espanhol, contemplaram, durante alguns instantes, a estátua do rei.
No seu discurso, António Costa sublinhou que Dom Sancho I é também "um excelente exemplo de como a familiaridade é aquilo que marca a proximidade" das relações entre Portugal e Espanha.
"Ele foi casado com uma princesa de Aragão e dos vários filhos que teve, uma foi rainha de Castela e outra rainha de Leão. O que significa que desde a origem, a nossa relação de vizinhança é marcada não só por mera amizade, mas por uma relação de familiaridade muito próxima", afirmou.
Segundo o chefe do Governo português, a estratégia de desenvolvimento transfronteiriço hoje definida na Guarda é uma estratégia para ser desenvolvida, em conjunto, nos próximos anos, e tem "várias dimensões", sendo que a "mais importante", como referiu, "tem a ver com o facilitar da vida das pessoas".
Entre as várias medidas hoje definidas entre os chefes dos governos de Portugal e de Espanha incluem-se a criação do estatuto do trabalhador transfronteiriço e de um cartão de saúde, a cooperação entre serviços públicos, o desenvolvimento de projetos comuns, energia e acessibilidades.
"Temos excelentes condições para sairmos daqui mais fortes e com melhores ferramentas para podermos ajudar a desenvolver esta região de fronteira, o que significa reforçar a resiliência da Península Ibérica e termos uma Península Ibérica mais forte para em conjunto podermos trabalhar no quadro da União Europeia, no quadro da política de vizinhança com os outros países da Bacia do Mediterrâneo a Norte e a Sul e também em toda a comunidade Ibero-Americana", disse António Costa.
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