“Não serão mil soldados, mas sim dois mil”, disse Wasik à agência polaca PAP, citado pela francesa AFP, referindo-se ao reforço aprovado pelo Ministério da Defesa.
A Polónia alertou recentemente para a ameaça de provocações por parte da Bielorrússia e para os potenciais perigos colocados pela presença de milhares de mercenários do Grupo Wagner no país vizinho.
Os mercenários do grupo privado russo, que estiveram muito ativos na guerra contra a Ucrânia, foram transferidos para a Bielorrússia após uma breve rebelião contra a hierarquia militar russa em junho.
Varsóvia também acusou a Bielorrússia e a Rússia de orquestrarem um novo afluxo de migrantes em direção à União Europeia (UE) para desestabilizar a região.
Para fazer face a um número recorde de tentativas de travessia, os guardas fronteiriços polacos pediram, no início da semana, o envio de mil soldados, mas o Governo duplicou o reforço.
As tropas deverão ser enviadas dentro de duas semanas e juntar-se-ão aos dois mil soldados já estacionados junto à fronteira com a Bielorrússia, a fronteira oriental da UE e da NATO, de que a Polónia faz parte.
Além dos militares, a Polónia tem atualmente mais de cinco mil elementos da guarda fronteiriça e 500 efetivos da polícia de choque destacados na fronteira com a Bielorrússia.
Wasik disse que as tentativas de entrar ilegalmente na Polónia pela fronteira com a Bielorrússia eram organizadas pelos próprios guardas bielorrussos.
“Se tivéssemos verdadeiros guardas de fronteira do outro lado, e não serviços de contrabandistas, estas passagens não existiriam de todo”, afirmou.
De acordo com os guardas de fronteira polacos, 19.000 migrantes tentaram entrar na Polónia desde o início do ano, em comparação com 16.000 em todo o ano de 2022.
Só no mês passado, mais de 4.000 migrantes tentaram atravessar a fronteira polaca.
A Bielorrússia, liderada por Alexander Lukashenko, apoia a guerra da Rússia contra a Ucrânia, desencadeada pela invasão lançada por Moscovo em 24 de fevereiro e 2022.
Desde o verão de 2021, milhares de migrantes e refugiados do Médio Oriente e do norte de África atravessaram ou tentaram atravessar a fronteira polaca.
O Ocidente acusou a Bielorrússia de orquestrar este afluxo com o aliado russo, no âmbito de um ataque híbrido, o que Minsk nega.
Em resposta, a Polónia fechou a fronteira a não residentes, incluindo trabalhadores humanitários e meios de comunicação social, durante nove meses.
Também erigiu uma barreira metálica equipada com material eletrónico e autorizou a devolução dos imigrantes, uma prática condenada pelas organizações internacionais e pelos tribunais.
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