Entre as alegadas medidas que foram discutidas por aliados de Bolsonaro estava incluída a prisão do juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que é relator da investigação aos atos violentos realizados por ‘bolsonaristas’ em 8 de janeiro, em Brasília.
Os assessores de Bolsonaro que alegadamente teriam tentado organizar um golpe de Estado seriam o major reformado Ailton Gonçalves Barros, o coronel Élcio Franco e outro militar ainda não identificado.
Segundo a investigação, o primeiro preparava-se para incentivar grupos de manifestantes para que aderissem a “vias antidemocráticas no interesse do ex-presidente”.
Além de não reconhecer a derrota de Bolsonaro nas urnas, o plano também visava “restringir o exercício do Judiciário”, incluindo a prisão do juiz Moraes, que lidera as investigações sobre supostos ataques à democracia e ao sistema eleitoral durante a campanha.
A polícia brasileira chegou a essas conclusões após analisar o telemóvel de Barros, que foi apreendido em outra investigação contra o principal assessor de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, envolvido nas manobras para recuperar as joias sauditas entregues ao ex-presidente e detido numa suposta operação de fraude de cartões de vacinação contra a covid-19.
Assim, Barros estaria em constante comunicação não só com Cid, mas também com o próprio Bolsonaro, de cuja comitiva fazia parte quando foi votar no segundo turno das eleições no Rio de Janeiro, detalha o jornal ‘O Globo’.
Já o advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, negou qualquer tipo de aproximação com Barros, mas reconheceu que o militar tentou contactar o ex-presidente durante a campanha.
Apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram, em 8 de janeiro, as sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
Após os atos de vandalismo, o Supremo Tribunal Federal afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que já voltou ao cargo, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, que está preso, terão atuado com negligência e omissão.
A justiça brasileira também investiga Jair Bolsonaro para esclarecer se teve participação na instigação dos atos golpistas, e também estão a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.
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