Ham Jalal Sheikh foi preso em Daca, capital do país asiático, disse um porta-voz da polícia, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Além do proprietário, um tribunal de Daca emitiu mandados de detenção contra mais sete pessoas relacionadas com a operação da embarcação, segundo o jornal Dhaka Tribune.
O incêndio deflagrou no ‘ferry’ que transportava 700 passageiros a meio da noite de sexta-feira, perto da cidade de Jhalkathi, 250 quilómetros a sul da capital Daca.
Segundo a polícia local, a tragédia também provocou cerca de 100 feridos e dezenas de pessoas foram dadas como desaparecidas.
Sobreviventes disseram que tiveram de saltar para as águas geladas do rio Sugandha para fugir das chamas, que afetaram os três pisos da embarcação.
As vítimas morreram queimadas ou afogadas ao tentar escapar do fogo.
O ‘ferry’ foi construído para transportar 420 pessoas, mas as autoridades disseram que estavam a bordo 700 passageiros.
Alguns passageiros citados pelos jornais locais disseram que estavam entre 700 e 900 pessoas a bordo.
O agente da polícia marítima Mahbubur Rahman disse que o navio não tinha extintores e boias adequadas para lidar com um acidente grave.
O ‘ferry’ ainda estava em movimento quase uma hora depois de a casa das máquinas se ter incendiado, disse à AFP.
"Se eles o tivessem parado e ancorado imediatamente, poderiam ter salvado todas aquelas vidas”, acrescentou.
Acidentes marítimos, como naufrágios e colisões de navios, são comuns no Bangladesh, onde centenas de hidrovias - incluindo os rios do delta do Ganges, como o Brahmaputra, Padma e Meghna - são frequentemente utilizadas para transporte de pessoas e mercadorias.
Na maioria dos casos, os acidentes podem ser atribuídos à sobrecarga e às más condições dos barcos, mas os incêndios são relativamente raros.
De acordo com uma agência de controlo de tráfego do Bangladesh, 313 pessoas morreram e 371 continuam desaparecidas em 183 acidentes nas vias navegáveis do país ocorridos em 2020.
Um dos últimos acidentes com maior número de vítimas ocorreu em agosto passado, quando pelo menos 22 pessoas morreram após o naufrágio de um navio no Leste do Bangladesh.
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