Por volta das 6h00 locais, as forças de segurança forçaram a passagem pelos cordões formados por ativistas em solidariedade aos migrantes e, pelo meio do tumulto, entraram no prédio para prosseguir com a evacuação.

No total, 46 pessoas foram detidas durante a evacuação do teatro La Gaîté Lyrique, localizado no centro da cidade, perto do Museu Pompidou, disse o chefe de polícia de Paris, Laurent Nuñez.

Por volta das 9h00, as forças de segurança dispararam gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes ainda presentes no teatro.

No total, houve "nove feridos", incluindo seis migrantes, disse o chefe de polícia. Um migrante, um polícia e um jornalista também ficaram feridos e precisaram de atendimento médico.

A deputada de esquerda Danielle Simonnet denunciou uma "intervenção extremamente violenta".

Na segunda-feira, a polícia emitiu uma ordem para a rápida evacuação do local, que estava ocupado desde 10 de fevereiro por até 450 jovens migrantes, principalmente da África Subsaariana.

Os jovens pediam alojamento e alegavam que eram menores e deveriam ser tratados como menores. As autoridades disseram que as soluções de alojamento seriam procuradas e que a sua situação administrativa seria examinada.

A direção do teatro afirmou que entendia a situação dos migrantes, mas denunciou "a ocupação e a inação das autoridades".

Na fachada do teatro havia uma faixa que dizia "Gaité Lyrique ocupada. 400 vidas em perigo, 80 empregos ameaçados".

A ocupação do teatro simbolizou a tensão em torno da migração na França entre ativistas de esquerda que apoiam os migrantes e a extrema direita, que os rejeita.