O porta-voz da polícia local, Mak Chin-ho, precisou que os cinco homens detidos, com idades compreendidas entre os 17 e os 28 anos, são acusados de promover uma manifestação ilegal.
Dois dos detidos são igualmente acusados de agredir um elemento das forças policiais e de possuir armas ofensivas, segundo a mesma fonte.
O porta-voz admitiu a possível detenção de mais suspeitos, incluindo ativistas que agrediram um polícia da unidade antimotim durante incidentes registados terça-feira à noite no aeroporto de Hong Kong.
A lei do território prevê sentenças de prisão perpétua para as pessoas que cometam atos violentos ou atos que possam interferir na segurança do tráfego aeroportuário e do aeroporto.
“A polícia promete a todos os cidadãos de Hong Kong que tomaremos as medidas para levar todos os culpados à justiça”, concluiu o porta-voz, em declarações à comunicação social.
A grande maioria dos manifestantes pró-democracia são estudantes universitários, cerca de metade são homens e está na faixa etária dos 20 anos e quase todos admitem que odeiam a polícia, segundo um estudo hoje divulgado pelas agências internacionais que traça o perfil dos ativistas que têm estado envolvidos nestas últimas 10 semanas de protestos em Hong Kong.
O estudo, desenvolvido por investigadores de quatro universidades daquele território, envolveu entrevistas a mais de 6.680 pessoas ao longo de 12 ações de protesto de diferentes tipos, de grandes manifestações a iniciativas de menor dimensão.
Quando questionados sobre as razões que motivaram o seu envolvimento no movimento pró-democracia, 87% falaram da anulação da lei de extradição, 95% apontaram o seu desagrado com a atuação da polícia nas manifestações e 92% pediram a criação de uma comissão independente de inquérito sobre a violência policial.
Hong Kong, antiga colónia britânica, está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997.
Nos últimos dois meses, o território tem sido palco de manifestações quase diárias que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e ativistas mais radicais.
Iniciada em junho contra um projeto-lei de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição (que visava permitir extradições para Pequim), a contestação nas ruas generalizou-se e ampliou as suas reivindicações, denunciando agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” e uma ingerência da China nos assuntos internos daquele território.
A demissão da chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, que conta com o apoio da China, é uma das exigências dos manifestantes pró-democracia.
Desde a passada sexta-feira, os manifestantes pró-democracia têm estado concentrados junto do aeroporto internacional de Hong Kong, situação que obrigou, na segunda e na terça-feira, ao cancelamento de centenas de voos.
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