Numa reação na sede do PS, Pedro Nuno Santos começou por falar na necessidade dos imigrantes em Portugal.

"Portugal é um país de emigrantes e fomos sempre nos batendo pelo respeito. É hoje também um país de imigrantes e devemos receber os nossos imigrantes como os nossos são recebidos lá fora. São vários os setores que dependem de trabalhadores estrangeiros, a economia precisa e também a segurança social. Mas não negamos que a imigração tem impacto na sociedade. Não queremos que se alimente a ideia que é através de alterações legislativas que vamos conseguir controlar os focos migratórios, estivéssemos nós a falar da militarização das fronteiras, não parece que isso esteja em causa, e defendido por nenhum partido, as alterações legislativas têm limitações fortes nos controlos dos fluxos migratórios", disse Pedro Nuno Santos, mostrando-se preocupado com alguns casos específicos de atuais imigrantes.

"O fim imediato desta figura jurídica vai deixar aqui uma situação de vazio, porque na realidade nós teremos trabalhadores futuros, porque os que já cá estão estarão abrangidos pela lei em vigor, mas estaremos a criar um problema para o futuro. Porque temos trabalhadores estrangeiros em Portugal, a descontar, mas sem possibilidade de se regularizar. Isso sim é deixarmos os trabalhadores numa situação desumana e sem saída do ponto de vista da legalização. A pergunta que todos devemos fazer é como é que o país deve tratar alguém que está há mais de um ano a trabalhar em Portugal, que tem contrato de trabalho, descontos para a segurança social, mas o Governo não dá resposta no futuro. E não se prevê que o reforço dos serviços consulares seja suficiente para terminarmos com esta figura jurídica. Por isso não excluímos a revisão da legislação, não conhecemos a solução definitiva, mas queremos alertar para os riscos", disse, referindo depois que "este plano é vago e abstrato num conjunto de vasto de medidas. É concreto na figura na manifestação de interesses, mas é vago depois em quase tudo", disse.