Num jantar-comício em Viana do Castelo de apoio ao candidato do partido à Câmara Hermenegildo Costa, Passos Coelho retomou o tema das alterações introduzidas em julho por proposta do BE à lei da imigração, depois de o primeiro-ministro o ter acusado de se afastar da linha tradicional dos sociais-democratas nessa matéria.
"A Europa está a reforçar a sua segurança, nós cá porque temos na 'geringonça' uns partidos radicais, que acham que pode entrar toda a gente, devemos pôr em risco a segurança dos portugueses, do país, apenas porque há umas pessoas ideologicamente que querem fazer essa rutura com o consenso que sempre existiu na sociedade portuguesa?", questionou.
O líder do PSD defendeu que, antes das alterações aprovadas pelo parlamento (e que passam a permitir a concessão de um visto com base numa promessa de contrato trabalho, por exemplo) nunca ninguém ouviu António Costa dizer que Portugal era "um país xenófobo, racista ou fechado ao exterior".
"E nós é que estamos a romper o consenso?, questionou.
Passos lamentou que o Governo ainda não tenha disponibilizado ao parlamento o parecer do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) - já reproduzido na comunicação social e crítico das alterações - e que, perante os dados de que a mudança pode ter gerado "um efeito de chamada", o Governo apenas tenha respondido com críticas ao PSD.
"Começa a ser excessiva a maneira como o primeiro-ministro desconversa sobre as coisas importantes em Portugal", acusou.
No seu discurso, Passos Coelho retomou também as críticas ao relatório do grupo de trabalho sobre a supervisão financeira - que inclui o Governo nas tarefas da regulação - e desafiou o executivo socialista a dizer se, também nesta matéria, quer "romper um consenso de muitos anos" ou se mostra abertura para as ideias do PSD.
"Por isso falei num teste ácido, espero que não voltemos à mesma conversa de que o PSD apresenta propostas que a maioria chumba liminarmente para depois o primeiro-ministro vir acusar o PSD de não apresentar nada para o país", disse, defendendo que "essa conversa tem de ser desmascarada".
O presidente do PSD sublinhou a base social-democrata do partido e a defesa da igualdade de oportunidades que, disse, não pode ser confundido com igualitarismos.
"As sociedades onde o igualitarismo foi levado a cabo nivelou por baixo os rendimentos de quase toda gente para que uma pequena parte ficasse melhor, essa foi a experiência comunista, essa foi a experiência socialista onde foi implementada", criticou.
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