Os 300 deputados que compõem o hemiciclo tomaram posse na presença da chefe de Estado grega, Katerina Sakelaropulu, e do gabinete técnico chefiado pelo primeiro-ministro interino, o magistrado Ioannis Sarmás, que tomou posse na passada sexta-feira, avançou a agência EFE.
Conforme confirmado hoje pela agência estatal AMNA, o parlamento será dissolvido na segunda-feira, uma vez que todas as tentativas de formar um novo Governo na Grécia falharam após as eleições realizadas há uma semana.
A sessão de hoje foi presidida pelo primeiro vice-presidente do Parlamento anterior, Nikitas Kaklamanis, enquanto o chefe da Igreja Ortodoxa Grega, Arcebispo Jerónimo II de Atenas, realizou a consagração do hemiciclo, de acordo com uma prática estabelecida no país.
Na segunda-feira, serão eleitos o novo presidente e vice-presidentes da câmara parlamentar, antes de Sakelaropulu assinar o decreto presidencial que dissolverá o parlamento e convocará novas eleições, previsivelmente para 25 de junho.
Os principais partidos não conseguiram chegar a acordo sobre uma coligação após as eleições de domingo passado, em que a Nova Democracia (ND), força política do primeiro-ministro conservador cessante Kyriakos Mitsotakis, obteve mais de 40% dos votos, dando origem a um governo provisório chefiado pelo juiz Ioannis Sarmas, até agora presidente do Tribunal de Contas.
Apesar da vitória, Mitsotakis não conseguiu alcançar a maioria absoluta como era seu objetivo e, por isso, apelou imediatamente à realização de novas legislativas.
O ex-primeiro-ministro de esquerda Alexis Tsipras, cujo partido, o Syriza, conquistou apenas 71 mandatos parlamentares, reconheceu ter sofrido “um choque doloroso” e “inesperado” no domingo, com apenas cerca de 20% dos votos, menos de metade que o seu principal adversário.
Esta é a segunda vez que um “parlamento de dois dias” é constituído na Grécia desde a queda da junta militar em 1974.
A primeira foi em maio de 2012, quando, em plena crise financeira, os principais partidos políticos obtiveram nas eleições algumas das suas percentagens de votos mais baixas da história, inviabilizando a constituição de um executivo.
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