Perante as centenas de milhares de pessoas que se juntaram no maior parque urbano da Europa, o Phoenix Park, o Papa falou do poder das famílias para mudar o mundo.
“As vossas famílias são um lugar privilegiado e um importante meio para divulgar estas palavras como “boa nova” para todos, através do testemunho das famílias cristãs, que tem o poder, em cada geração, de derrubar barreiras”, disse Francisco.
O Papa falou do trabalho das famílias “para reconciliar o mundo com Deus”.
“[Para] fazer de nós o que desde sempre estamos destinados a ser: uma única família humana que vive unida em justiça, santidade e paz”, disse.
Sobre os desafios dos cristãos, Francisco referiu a dificuldade de “perdoar sempre os que nos magoam”, “o desafio de acolher sempre o migrante e o estrangeiro”, mencionando ainda “como é doloroso suportar a desilusão, a rejeição ou a traição”.
Antes da missa, o Papa voltou a pedir perdão por todos os abusos cometidos pelos padres, pelas instituições religiosas e pela hierarquia da Igreja na Irlanda.
No sábado, perante as autoridades políticas e civis irlandesas e após ter chegado ao país, Francisco evocou a sua “vergonha” e o seu “sofrimento” face ao “fracasso das autoridades eclesiásticas” para combater de forma adequada os “crimes ignóbeis” do clérigo na Irlanda.
Hoje, durante uma visita ao Santuário de Knock, a cerca de 180 quilómetros de Dublin, o Papa declarou implorar "o perdão do Senhor" pelas agressões sexuais cometidas na Irlanda por padres católicos.
"Eu imploro o perdão do Senhor por esses pecados, pelo escândalo e traição sentidos por muitos na família de Deus", disse Francisco.
Desde 2002, mais de 14.500 pessoas declararam-se vítimas de abuso sexual por padres na Irlanda. A hierarquia da igreja irlandesa é acusada de ter encoberto centenas de sacerdotes.
Várias investigações também revelaram adoções ilegais de crianças filhas de mães solteiras realizadas pelo Estado irlandês com a cumplicidade da igreja católica.
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